R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 16, n. 63 (Edição Especial), p. 38 - 45, out. - dez. 2013
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Guerra às Drogas: Violência,
Mortes, Estigmas e
Marginalização
Professor Jorge da Silva
Coronel (reformado) da PM/RJ.
Vice-Presidente da LEAP BRASIL
Você sabe que todo baixinho gosta de falar em pé. Então vou pedir
desculpas à plateia e à mesa e vou me dirigir àquela tribuna, com permis-
são do coordenador. Pode ser?
Eu queria cumprimentar a mesa. Primeiramente agradecer a gen-
tileza do Diretor da EMERJ em participar da elaboração e da organização
deste evento, cumprimentar também a Dra. Karam, a nossa Presidenta da
LEAP, os companheiros da mesa e o amigo Siro Darlan. Bom, cumprimen-
tar a todos.
Quando a gente diz que a proibição fracassou, fracassou para
quem? Dr. Nilo Batista deixou isso bem claro, mas eu quero enfatizar esse
ponto. Do ponto de vista de quem tem outros interesses, ela não fracas-
sou. Ela foi muito bem planejada, e nós assistimos no mundo, na periferia
das grandes cidades, ao extermínio da pobreza. É um genocídio progra-
mado. Olhando por outra ótica....
É realmente uma satisfação muito grande estar aqui e fico muito
contente também por ver uma plateia de jovens. Ontem, quando eu es-
tava preparando esta intervenção, eu tinha mais ou menos a ideia de que
nós teríamos muitos jovens aqui, porque nós, mais velhos, já temos as
nossas ideias formadas, não gostamos de abdicar de nossas convicções,
mas os jovens não, os jovens estão sempre abertos. Eu acho que a dificul-
dade às vezes é de esclarecimento, às vezes a dificuldade é de informação.
Então foi nessa direção que eu procurei conduzir a minha intervenção.
Antes, eu vou dizer o porquê de eu estar aqui hoje. Eu, que entrei
na Polícia Militar aos 17 anos, sou originário da área do Alemão, sou de lá,
do Complexo do Alemão, sei mais ou menos como essas regiões sempre
foram tratadas, e tenho uma percepção do que é ser daquele lugar e do