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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 16, n. 63 (Edição Especial), p. 105 - 109, out. - dez. 2013
China e mudar a política deles, porque eles evidentemente iriam concluir
que isso não resolve nada.”
Mas é uma tragédia, conforme colocou o Des. Sergio Verani, sádica,
e é nesse espírito de tentar nos sensibilizar com essa tragédia que vamos
ter esta última mesa. Temos de sair de um paradigma, que foi brilhan-
temente colocado por Albert Camus na peça “Estado de sítio” em que o
personagem “A peste” faz a seguinte fala: “Fareis parte das estatísticas e
ireis enfim servir para alguma coisa”.
É nesse espírito que vemos como o Estado brasileiro e a socieda-
de brasileira tratam dessa letalidade através de números. Foram 1.130
pessoas mortas em 2007 no estado do Rio de Janeiro a partir de ações
policiais. Esse número cai drasticamente em 2011. Se, em 2011, quando
já estávamos com toda essa letalidade em decréscimo, Rio e São Paulo
mataram 42,16% a mais do que todas as execuções legais aplicadas em
todo o mundo, imagina em 2007! Isso é alarmante. É nesse espírito, na
seriedade, na compreensão da necessidade de que esses números sejam
mais do que meras estatísticas, que passo inicialmente a palavra para a
Professora Vera Malaguti Batista.