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TRANSCRIÇões

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Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 22, p. 11-89, 1º sem. 2015

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Des. Ana Maria

– Se bem, Paulo, se me permite, o FONAJE é o Fórum

Nacional dos Juizados Especiais, que se reúne a cada 6 meses, em algum

lugar do Brasil, com as Coordenações de Juizados e Juízes de Juizados e

interessados. E o que se observa no FONAJE é que muitas vezes os Enun-

ciados são fruto de questões que acontecem num determinado Estado da

Federação, num determinado momento e que, às vezes, até por apelo dos

Juízes daquele Estado, são aprovados Enunciados para que eles possam

ter, dentro do seu Estado, a pacificação de um entendimento. E, às vezes,

são situações que não geram o menor problema em outros Estados. En-

tão, tem essa característica, também. E o que também se verifica, e nós vi-

mos isso, pelo menos nos dois últimos FONAJEs, é que hoje já não há mais

o que enunciar. São feitas reuniões, dividem-se em grupos de trabalho os

Juízes que participam do Fórum, mas se sai, sai um Enunciado. Na verda-

de, hoje, pensa-se mais em rever os Enunciados anteriores ou discutidos

do que novas tendências, o que mostra também que as coisas já foram se

pacificando, se acomodando.

Dr. Paulo Mello

– Quanto à questão das tendências, o que eu pensei

com relação a isso, basicamente, foi um projeto que até já foi discutido na

COJES, de voltarmos a ter os Encontros aqui no Rio, porque o que acon-

tece é que o FONAJE, como a Desembargadora acabou de falar, vem se

reunindo de 6 em 6 meses, constantemente. Mas o último Encontro que

tivemos aqui no Rio foi em 2008, e depois disso, por razões diversas, não

conseguimos mais ter esses Encontros.

Não é que necessariamente tenha que haver o Encontro para mudar

Enunciados, ou para se estabelecer novos entendimentos. acho que a im-

portância do Encontro é manter os Juízes mais “antenados”. E como eram

feitos os Encontros de Juizados do Estado do Rio de Janeiro? Todos os Juí-

zes de Juizados, junto com os Juízes das Turmas Recursais, eram divididos

em grupos para discutir temas propostos, elaborar Enunciados ou rever

Enunciados. Isso sempre gerou uma unidade muito grande. Não existia ju-

risprudência da Turma a ser orientada, que é uma coisa que, hoje, as pes-

soas buscam os Juízes leigos e os advogados querem saber como a Turma

está julgando. Mas não existia esse “como a Turma está julgando”. Existia

como o Sistema de Juizados entendia esse tema, e por quê? Porque, na