Background Image
Previous Page  139 / 554 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 139 / 554 Next Page
Page Background

u

DECISÕES

u

u

Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 22, p. 123-159, 1º sem. 2015

u

139

CONSUMIDOR. SEGURO PAGAMENTO GARANTIDO. FALHA NO DE-

VER DE INFORMAR POR PARTE DAS EMPRESAS RECLAMADAS, BEM

COMO VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA BOA FÉ OBJETIVA. REQUISITOS

BÁSICOS DO PRODUTO VENDIDO À PARTE AUTORA NÃO CORRETA-

MENTE ESCLARECIDOS AO CONSUMIDOR. INTERPRETAÇÃO DAS

CLÁUSULAS AMBÍGUAS DE FORMA MAIS FAVORÁVEL AO CONSU-

MIDOR, CONFORME DETERMINA O ARTIGO 47 DO CDC. DIREITO DA

CONSUMIDORA AO PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO, DIANTE DO SI-

NISTRO OCORRIDO (INCAPACIDADE DECORRENTE DE CANCER DE

MAMA). DANOS MORAIS CONFIGURADOS, DIANTE DA RECUSA AO

PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO EM MOMENTO DE PECULIAR NECES-

SIDADE DA CONSUMIDORA. DANOS MORAIS ARBITRADOS EM SETE

MIL REAIS, à luz dos princípios da proporcionalidade e da

razoabilidade.

(TJERJ. PROCESSO Nº 0309341-81.2014.8.19.0001.

RELATORA: JUÍZA Daniela Reetz de Paiva. JULGADO EM 03 DE

MARÇO DE 2015)

PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL

Voto do Relator

Cuida-se de recurso inominado interposto pela parte autora, benefici-

ária da gratuidade de justiça. Objetiva, em síntese, o recorrente a reforma

da sentença.

Inicialmente, há que se salientar a solidariedade da empresa cuja mar-

ca se encontra no cartão de crédito, em especial na hipótese vertente, que

cuida da venda de produto intermediado pela própria comerciante, por

ter concorrido para a produção do evento danoso (artigo 7º do CDC).

De fato, a ré, ao colocar sua marca no cartão de crédito o faz com o

nítido propósito de auferir lucros, realizando nítida parceria comercial com

a instituição financeira. Dessa forma, há que arcar com os riscos de seu

negócio e responder perante o consumidor pelos erros praticados por sua

parceira de negócios.