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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 282 - 304, Janeiro/Abril. 2018

282

As Regras Sobre o Exercício da

Jurisdição Brasileira no Novo

Código de Processo Civil

Carmen Tiburcio

Professora Titular de Direito Internacional Privado

na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),

LLM

e

SJD pela University of Virginia School of Law

,

EUA. Consultora no Escritório Barroso Fontelles, Bar-

cellos, Mendonça & Associados.

A autora agradece a colaboração de Felipe Albuquer-

que e Stela Porto na elaboração desse trabalho.

1. introdução

Em primeiro lugar, gostaria de registrar que estou honrada em po-

der participar dessa merecida homenagem àquele que foi – e será sempre

– professor de todos nós. José Carlos Barbosa Moreira pontificou pela sua

seriedade, clareza e profundidade presentes em todos os seus trabalhos. Seus

escritos, inclusive de processo internacional, continuam a ser fontes de ins-

piração e conhecimento para mim e, nesse contexto, se insere esse trabalho

sobre competência internacional.

O novo Código de Processo Civil reproduziu a maior parte das regras

do CPC de 1973 sobre jurisdição e competência internacional, prevendo

poucas alterações, mas algumas de bastante relevância. O presente artigo visa

justamente a analisar o que foi alterado pelo novo diploma e, sendo assim,

os dispositivos integralmente replicados ou que tiveram apenas mudanças

em sua redação não serão abordados.

1

Antes de adentrar propriamente no tema, contudo, é válido fazer um

breve esclarecimento conceitual no que diz respeito à diferença entre com-

petência

concorrente

e

exclusiva

, uma vez que o novo CPC segue prevendo

regras distintas para cada uma dessas competências. Enquanto na primeira

hipótese as questões podem ser decididas tanto pela autoridade judiciária

1 Para uma análise completa das regras de competência e jurisdição internacional no Brasil, tanto aquelas do CPC de

1973 quanto do CPC atual, a autora gostaria de remeter os leitores à sua tese de titularidade,

Extensão e Limites da Jurisdição

Brasileira: Competência Internacional e Imunidade de Jurisdição

publicada pela editora Jus Podium em 2016.