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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 79, p. 309 - 347, Maio/Agosto 2017

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8.2.2. A Lógica Formal

O argumento construído através de certas proposições pode demons-

trar ou não uma coerência final. Por sua vez, a coerência do argumento é

definida pelos critérios da lógica formal, sendo esta realizada mediante a

análise do resultado final do conjunto das proposições.

Assim, sob o ponto de vista formal, se as premissas são verdadeiras,

a conclusão, pela simples estrutura do argumento, necessariamente deverá

ser verdadeira.

120

Logo, um argumento é válido quando não contêm erros

internos. Um exemplo trivial nos ajuda a entender melhor:

Exemplo:

Premissa A:

Sócrates é homem

. Premissa B:

Todo

homem é mortal

. Conclusão:

Logo, Sócrates é mortal

.

Inegavelmente, o argumento acima demonstrado é formalmente vá-

lido: se ambas as premissas são verdadeiras, a conclusão também o será.

Igualmente, pouco importa qual seja o rearranjo das premissas: a conclusão

sempre será um argumento válido. Explica-se:

Exemplo:

Premissa A:

Sócrates é mortal

. Premissa B:

Todo ho-

mem é mortal

. Conclusão:

Logo, Sócrates é homem

.

Verifica-se, pois, que um argumento será formalmente válido quando,

independentemente do lugar ocupado pelas proposições, a conclusão sempre

seja a mesma. Há, portanto, uma espécie de “circularidade” entre as proposi-

ções elencadas, de sorte que cada uma delas poderá ocupar o lugar de premissa

ou de conclusão, sendo idêntico o argumento desenvolvido ao final.

Note-se, todavia, que a lógica formal apenas pode detectar a validade

formal do argumento, e não de suas proposições de

per si

. Evidentemente,

não é sua tarefa investigar o “acerto” de cada uma das proposições que for-

mam o argumento de modo isolado.

8.2.3. A Lógica Informal

É comum que, numa ação discursiva, diversas proposições sejam tra-

zidas para desviar a atenção dos participantes, mais do que, propriamente,

para se demonstrar a “verdade” do que se está afirmando. São as denomina-

das falácias, que são introduzidas num argumento justamente para induzir

o adversário ao “erro”.

120 WALTON, Douglas N..

Lógica Informal

. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 162.