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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 79, p. 263 - 308, Maio/Agosto 2017

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Finalmente, cumpre registrar a participação da Cruz Vermelha Por-

tuguesa em várias ocasiões em que se fez necessária. Durante a 1º Guerra

Mundial montou um hospital de campanha no nordeste da França. Atuou

nas guerras coloniais da África portuguesa, na guerra da Bósnia, no furação

Mitch, em Nova Orleãs, no terremoto da Turquia e inúmeras ocasiões.

9. A CRUZ VERMELHA BRASILEIRA

O Brasil não ficou fora do Movimento Internacional da Cruz Ver-

melha. A criação da Cruz Vermelha Brasileira, em 1907, deve-se muito ao

esforço do médico Joaquim de Oliveira Botelho. Foi assim lançada a base

da organização numa reunião da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro,

sendo sua primeira presidência ocupada pelo famoso sanitarista Oswaldo

Cruz. Sua notoriedade e sua intensa atividade junto à saúde pública, porém,

não permitiram que a sociedade se desenvolvesse, até que o mesmo declinou

da Presidência em favor do General Thaumaturgo de Azevedo. Assim, em

5 de dezembro de 1908, foram aprovados os seus estatutos e esta data ficou

conhecida como a da criação da Cruz Vermelha Brasileira.

Nesse sentido, como condição de que a CVB fosse reconhecida pelo

Comitê Internacional da Cruz Vermelha como integrante do movimento,

fazia-se necessário que o governo brasileiro reconhecesse seu caráter de utili-

dade pública. Isso adveio então com a promulgação do Decreto n. 2.380, de

31/12/1910, que reconhecia a Sociedade Nacional como a única, nessas con-

dições, para fins das Convenções de Genebra. E aprovação do CICV ocorreu

então em 16 de março de 1912. Ainda em decorrência deste fato, o governo

brasileiro baixou, em 13 de junho de 1912, o Decreto n. 9.620 declarando

“de caráter nacional a Sociedade da Cruz Vermelha Brasileira, para poder

funcionar no Brasil e ser considerada de utilidade pública internacional e

reconhecida por todas as nações cultas”.

Em 1916, o governo brasileiro, devidamente autorizado pelo Congres-

so Nacional, doou à Cruz Vermelha Brasileira um terreno de 6.789 m2 para

a construção de sua sede. O prédio representa uma das preciosidades arqui-

tetônicas da época no Rio de Janeiro e lá está desde 3/5/1917, como sede da

organização, na atual Praça da Cruz Vermelha. Funcionaram no local um

ambulatório e a Escola Prática de Enfermagem.

A Escola Prática de Enfermagem da Cruz Vermelha se confunde

com a própria história da enfermagem no Brasil. A 1º Grande Guerra fez

despertar o interesse pela enfermagem no Brasil e um grupo de senhoras