Background Image
Previous Page  99 / 236 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 99 / 236 Next Page
Page Background

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 77, p. 78 - 100, Janeiro. 2017

99

70055513535 RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Data de

Julgamento: 31/10/2013, Oitava Câmara Cível, Data de

Publicação: Diário da Justiça do dia 05/11/2013)

IV. MINIMALISMO JUDICIAL

Pode-se observar com certa facilidade que as decisões proferi-

das tanto nos EUA quanto na Europa abraçam o minimalismo judicial

de Cass Sunstein, em oposição ao constitucionalismo democrático

idealizado por Reva Siegel e Robert Post.

Sunstein

22

explica,

verbis

:

“Em sua forma processual, o minimalismo judicial consiste em

um esforço para limitar a amplitude e profundidade das deci-

sões judiciais. Assim entendido, o minimalismo tem virtudes

distintas, especialmente em uma sociedade heterogênea na qual

pessoas razoáveis frequentemente divergem. Quando juízes ca-

recem, e sabem que carecem, de informações relevantes, o mini-

malismo é uma resposta apropriada. Às vezes, o minimalismo

é uma resposta razoável ou mesmo inevitável para o problema

prático de obter consenso dentro do pluralismo.”

Em sentido oposto, Robert Post e Reva Siegel, ambos profes-

sores da Yale Law School, sustentam que, em muitos casos, decisões

judiciais aparentemente simplistas não dão à Constituição a inter-

pretação sensível que esta merece, deixando de lado as minorias

estigmatizadas e os movimentos sociais que brotam das sociedades

plurais. Esses autores do Constitucionalismo democrático defendem

a prática do ativismo judicial, além de um maior aprofundamento das

decisões diante do caso concreto.

É possível também enxergarmos as questões mais delicadas

segundo a óptica das teorias do Direito, segundo Dworkin

23

. Se-

gundo o autor, em linhas gerais, “essas teorias foram divididas, tanto

por seus autores quanto pelos críticos, em dois grupos: as teorias

22 SUNSTEIN, Cass.

One Case at a Time

:

Judicial Minimalism on the Supreme Court

. Harvard: Harvard University Press,

1999.

23 DWORKIN, Ronald.

A Justiça de Toga

. Editora Martins Fontes. 2016. P. 342.