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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 75, p. 170 - 192, jul. - set. 2016

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Justiça Restaurativa e seus

Desdobramentos

Marina Costa Monteiro de Queiroz

Bacharel em Direito, formada pela Faculdade de Ciên-

cias Sociais Aplicadas/Ibmec-RJ, Advogada, aluna da

Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.

RESUMO:

No mundo contemporâneo vivencia-se uma mobilização frente

à explosão de criminalização. O trabalho se utilizará das críticas realizadas

pela criminologia crítica ao sistema prisional atual e das propostas alter-

nativas à esse sistema. Nesse sentido, o trabalho irá propor um avanço

para um sistema flexível de justiça criminal, com condutas adequadas à

variedade de transgressões e de sujeitos envolvidos, num salto de quali-

dade, convertendo um sistema monolítico, de uma só porta, em um siste-

ma que ofereça respostas diferentes e mais adequadas. Discute-se sobre

a compatibilidade jurídica da justiça restaurativa com o sistema de Justiça

Criminal brasileiro, e externamos alguns pensamentos sobre sua possível

implementação no Brasil.

PALAVRAS CHAVE

: Sistema Punitivo. Política Criminal. Direitos Humanos.

Justiça Restaurativa.

SUMÁRIO:

1.

Introdução. 2. Apresentação da Justiça Restaurativa - Con-

ceitos e Propostas. 3. Sustentabilidade Jurídica do Paradigma Restaurativo

como Política Criminal: respostas às críticas. 4. Compatibilidade Jurídica

da Justiça Restaurativa com o Sistema Brasileiro. 5. Práticas restaurativas

atuais: breves apontamentos. 6. Conclusão. Referências.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa a apresentar o conceito de justiça restau-

rativa, um modelo de justiça criminal alternativo, facultativo, que preten-

de viabilizar uma mudança de paradigma na forma pela qual a sociedade

lida com o crime, com a punição e, principalmente, com o futuro das víti-

mas e infratores.