

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 74, p. 135 - 139. 2016
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Está concretamente provado, pois, que a expansão através do
fran-
chising
de qualquer atividade empresarial promovida, quer por empresas
privadas, quer públicas, se faz mais rapidamente, a custos bem menores
e com absoluto sucesso devido a uma de suas características principais:
“o olho do dono (“B”) engordando o boi”, segundo a sabedoria popular.
Enquanto isto, “B” que no trinômio tradicional seria o dono do
negócio, é o funcionário assalariado nas empresas estatais, raramente
comissionado, sem as necessárias motivações para o trabalho, o lucro,
a realização pessoal e financeira sem limites, que só a iniciativa privada
proporciona.
Se transformadas em franqueadoras pela ponta de suas atividades,
as grandes empresas estatais brasileiras estariammenos infensas a cair, por
exemplo, emmãos de capitais estrangeiros, além de proporcionaremmaior
flexibilidade operacional, suficiente para reestruturarem-se em unidades
individuais separadas e viáveis, porque dinâmicas, transformadas em pe-
quenas empresas, sem perda do seu controle central, o que se apresenta
como sua principal característica e uma vantagem sem precedentes.
A própria rede de distribuição de propriedade do Estado, dirigida
por um governo centralizador, geralmente despótico, exercido por um di-
retor nacional, com filiais em várias partes do Brasil e gerenciadas por
funcionários governamentais locais, desmotivados e mal remunerados,
seria transformada em uma rede de franqueados, constituídos até por ex-
-empregados, ex-gerentes e ou ex-diretores que, doravante, passariam a
gerenciar suas próprias unidades individuais, investindo suas reservas de
dinheiro, suas indenizações trabalhistas, e recebendo assistência finan-
ceira e jurídica para pagar o restante do preço de sua nova condição de
franqueado, como já ocorreu recentemente no Brasil com a filial de umas
empresa multinacional no ramo de seguros que, outrora, fora estatal em
seu país de origem.
O conceito internacional de
franchising
é mais um daqueles subor-
dinados a um fato político econômico e social de nível mundial, inexorá-
vel, qual seja o de globalização: a privatização, o marketing, as finanças
públicas e privadas, as políticas fiscais e tributárias não resistem mais a
uma discussão aprisionada entre as fronteiras de um mesmo país.
Quanto ao conceito de privatização, em particular, pesquisas as
mais rudimentares provaram a sua praticabilidade em países dos mais
diversos continentes e de características econômicas e políticas as mais