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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 73, p. 185 - 217, abr. - jun 2016

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derrotas, dentre outras causas, devido à crise do sistema de democracia

representativa,

al mercato delle leggi

15

e à percepção de que o Judiciário

e o Legislativo atuam

coparticipativamente

no processo de produção do

direito.

16

Torna-se imperioso, dessa forma, que essa segurança situada no pla-

no legal se qualifique. E, para tanto, ela passa por dois aperfeiçoamentos.

Primeiramente, a partir de sucessivos julgamentos colegiados con-

vergentes, soergue

em termos gerais

17

o princípio de direito que deve ser

depreendido de um determinado enunciado. Desloca-se, pois, do plano

estático e atinge a práxis. É nesse sentido que deve ser interpretado o

art. 65 da

Legge sull´Ordinamento Giudiziario

, o qual preceitua que é fun-

ção da

Corte Suprema di Cassazione

assegurar “

l’uniforme interpretazione

della legge

”.

Trata-se, agora, de uma segurança não mais legal, senão

jurispru-

dencial

. Este é, porém, um patamar ainda intermediário dentro do espec-

tro possível de estabilidade que se pode reconhecer a uma expectativa

de orientação. Isso porque, se, por um lado, a segurança outorgada pela

jurisprudência dos Tribunais é mais robusta do que aquela concedida

a

priori

pela lei, por outro, é menos vigorosa do que aquela decorrente da

certificação judicante concreta. A inserção da coisa julgada em uma esfe-

ra mais sensível da segurança jurídica decorre do entendimento de que

o direito não encerra uma unicidade sígnica: o intérprete deve

escolher

15

“A fianco de queste spiegazioni deve aggiungersi anche la sempre piú marcata contrattualizzazione dei contenuti

della legge. L` atto creativo di diritto legislativo è l`esito di un processo politico nel quale operano numerosi soggetti

sociali particolari (gruppi di pressione, sindacati, partiti). Il resultato di questo processo a piú voci è per sua natura

segnato dai caratteri della occasionalità. Ciascuno degli attori sociali, quando ritiene de aver acquisto una forza

sufficiente per spostare a proprio favore i termini dell`accordo, richiede l`approvazione di nuove leggi cha sanciscano

il nuovo rapporto di forze. E questa occasionalità à la perfetta contraddizione della generalità e dell`astratezza delle

leggi, queste ultime legate a una certa visione razionale del diritto, impermeabile al puro gioco dei rapporti di forza”

(Zagrebelsky,

op. cit.

, p. 44).

16 De acordo com Daniel Mitidiero: “O isolamento das atividades de legislação e jurisdição foi rompido a favor de

uma relação de colaboração entre essas duas funções estatais” (

Cortes Superiores e Cortes Supremas. Do Controle

à Interpretação, da Jurisprudência ao Precedente

, São Paulo: RT, 2013, p. 54).

17

“Per um verso, infatti, è possibile intendere la nomofilachia come orientata essenzialmente all´individuazione

del significato proprio della norma in sé considerata. Non sembra dubbio che nessuna norma abbia in sé un solo

significato o un solo significato ‘esatto’, e che al contrario l`interpretazione sia opera essencialmente creativa nella

quale il prodotto (ossia il significato che viene assegnato alla norma) dipende dalle scelte dell´ interprete (...) Nel

caso della Cassazione, può appunto accadere che l`attività interpretativa (creativa e non determinata a priori

da alcun significato presupposto) sia orientata nel senso di indicare in termini generali quella che la Corte ritie-

ne esere l`interpretazione propria dellla norma. L`analisi del caso singolo può essere utile per mettere alla prova

l`interpretazione, ed eventualmente per far emergere l`opportunità di integrazioni o modificazioni, ma l`opera di

nomofilachia consisterebbe pur sempre nella formulazione in termini generali del significato della norma sottoposta

a giudizio”.

(TARUFFO, Michele. Introduzione.

Il vertice ambíguo. Saggi sulla cassazione civile

. Bologna: Il Mulino,

1991, p. 12/13).