Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  184 / 256 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 184 / 256 Next Page
Page Background

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 73, p. 182 - 184, abr. - jun 2016

184

do art. 133, § 2º, do novo CPC e na aplicação da “desconsideração inver-

sa”, deve-se atentar para os nefastos resultados que ela produz.

São nefastos os resultados da “desconsideração inversa” porque,

sob o prisma (a) político: incita conflitos societários entre minoritários

e controladores; (b) administrativo: quebra a harmonia que deve existir

entre representantes de minoritários e controladores no conselho de

administração e na diretoria; (c) financeiro: os bancos elevam o prêmio

de risco, reduzem prazos de pagamento, exigem reforço das garantias,

negam-se a conceder renovações e novos empréstimos; (d) econômico:

bens e direitos, até então livres, tornam-se objeto de garantias reais de-

vido ao aumento do risco da controlada; (e) operacional e de marketing:

esses inesperados problemas têm imediata repercussão no funcionamen-

to da empresa e na imagem e distribuição dos seus produtos e serviços.

Apesar dessa pletora de danos e prejuízos, o novo CPC “veio” “fa-

cilitar” — sim “facilitar” — a “vida” do credor, não obstante o direito po-

sitivo preveja e ponha à sua disposição, de há muito: (1º) se tiver havido

(a) fraude a credores, a ação pauliana, (b) fraude à execução, a declaração

de ineficácia do ato translativo da propriedade nos próprios autos da exe-

cução, (c) simulação para lesar terceiros, a ação de nulidade ou anulabili-

dade do ato; (2º) o pedido de falência da controladora, ou de insolvência

civil dos controladores, e consequente arrecadação e venda de suas cotas

ou ações, e

, the last but not

the least

, (3º) a penhora da participação so-

cietária dos controladores na controlada, na esteira da doutrina de Rolf

Serick e Ulrich Drobnig.