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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, v. 19, n. 73, p. 162 - 181, abr. - jun 2016

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do em vista melhorar a disciplina orçamental e a eficiência e

a eficácia da despesa pública. A OCDE tem salientado que os

Estados europeus ainda se apegam a uma concepção do pro-

cesso orçamental predominantemente centrada no respeito

pelos limites legais e em modelos de controle detalhado da

despesa pública e menos orientados para um controle mais

flexível, mais focado na execução orçamental. Alguns Esta-

dos, sobretudo os de matriz anglo-saxônica ou do norte da

Europa estão, tradicionalmente, mais habituados a este se-

gundo modelo e possuem hoje, em resultado disso, processos

orçamentais mais em linha com as modernas necessidades

de controle, mais inclinados para as questões da eficiência do

que as de estrita e rígida observância da lei.

Ainda assim, sendo a evolução do processo orçamental uma

questão transversal na Europa, têm-se verificado sucessivas

reformas do processo orçamental e em especial no que res-

peita ao modo como se processa a prestação de contas, en-

volvendo ou não a criação de novos órgãos de controle ou o

robustecimento dos poderes dos órgãos existentes.

A União Europeia tem defendido uma abordagem global em

matéria de política orçamental tendo em vista o aumento da

qualidade das finanças públicas e a promoção do crescimento

econômico a longo prazo. E reconhece que o processo requer

uma ação política concertada que favoreça o crescimento e

promova a competitividade com recurso a medidas que per-

mitam aumentar a eficiência dos regimes de despesas e de

receitas.”

Seja no desenho de novos modelos orçamentários ou no cenário

de adequação das alocações orçamentárias, imperioso se apresenta o

diálogo entre os poderes na busca da solução mais eficiente diante das

conjunturas econômicas e sociais, a que se deve acrescentar a perspectiva

da sustentabilidade (não apenas ambiental, mas, também, social, econô-

mica e gerencial). Ajustes serão sempre necessários em face da constante

mudança das realidades socioeconômicas. A mudança é inerente a essas

realidades e o poder público deve estar preparado para com ela lidar de