

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 72, p. 27 - 40, jan. - mar. 2016
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de Defensores e a falta de espaço mais acolhedor faziam com que o aten-
dimento às vítimas funcionasse de maneira apressada nos dias de maior
demanda:
Muito ruim. Para o defensor, do jeito que está é desgastante,
é cansativo. Acaba que o atendimento à vítima demora, eu
gostaria de fazer um atendimento muito mais humanizado,
gostaria de ter salas independentes, espaços mais reserva-
dos para poder conversar, (...) não teria coragem de dizer
mais defensores, seria bom... (...) acho que é mais estrutura
mesmo. Agora, cartório, equipe técnica, é porque as meninas
são muito boas, muito dedicadas e muito experientes, senão
já seria declarada uma situação de calamidade.
(Defensor
Público do Juizado E)
Muitas vezes, por força do espaço apertado e disputado pelos fun-
cionários e jurisdicionados, a conversa em tom normal, seja ao telefone,
seja na prestação pessoal do atendimento, dificulta que a própria voz da
vítima seja claramente ouvida. Ademais, há relatos de estagiárias que,
diante do fato apresentado pela assistida, levaram-na ao banheiro para
que ela mostrasse os ferimentos (até tirando fotos para provar) ou leva-
ram-na a outro local vazio no corredor onde ela pudesse ser atendida com
mais calma e privacidade:
O nosso Juizado não está preparado para o atendimento das
vítimas de VD [violência doméstica], então há um esforço re-
dobrado para que nós, estagiárias, efetuemos um atendimen-
to minimamente digno, diante de toda a violência já sofrida
pela vítima.
(Estagiária da Defensoria Pública do Juizado F)
Não, não é. Não é. Zero, zero, zero. Não tem nem uma baia,
não tem privacidade nenhuma, não tem baia, todo mundo
escuta de tudo, comenta de tudo ali. Estagiária perguntando
pra outro o que tem que fazer. Olha, horrível! Falta de ética
total. Muito péssimo, as pessoas não se sentem confortáveis.
Nem aqui nem lá no NUDEM A. E pior lá no NUDEM A que é
um do lado do outro, é assim ó. Exatamente é um balcão com
um do lado do outro. Isso é horrível. É horrível, mas como