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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 72, p.140 - 167, jan. - mar. 2016

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benefícios de uma educação mais completa. Com isso pretendia comba-

ter a ideia de que não era necessário que as mulheres tivessem acesso à

educação, crença mantida igualmente por políticos e cientistas da época.

A autora também sustentava que as mulheres mais bem educadas pode-

riam ser mais que esposas: poderiam ser companheiras dos seus maridos.

Além de Mary Wollstonecraft juntaram-se a esse movimento Olim-

pia de Gouges e Rose Lacombe que, junto a outras mulheres igualmente

ousadas, encabeçaram, durante a Revolução Francesa, um grupo de pro-

testo aduzindo que a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão se

referia somente aos direitos do homem e, em consequência, elas reinvin-

dicaram uma declaração dos direitos da mulher e da cidadania. Apoiando

essas teorias apareceram numerosos clubes femininos, como a

Societé

des Femmes Républicaines et Revolutionnaires,

fundado por Rose

(Claire)

Lacombe (Falcón, 1996). Em 20 de novembro de 1793 conseguiram pro-

clamar uma carta com alguns “Direitos da Mulher”, redigidos por Olimpia

de Gouges com o lema: “

Si las mujeres puden subir al cadalso, también

pueden subir a la tribuna

”.

A segunda fase do feminismo foi com a reivindicação do direito ao

voto e à educação, o que apareceu em meados do século XIX até chegar

nas primeiras décadas do século XX, quando surgem, então, as viajantes

e exploradoras. Nada melhor do que sair de casa e descobrir lugares inós-

pitos. Essas viajantes quase sempre viajavam sozinhas e não eram tão

defensoras das lutas feministas, mas eram um tipo de mulher bastante

avançado para o século XIX.

No entanto, as mulheres desse período começaram a lutar pelo di-

reito ao voto e à educação. Para elas, o argumento utilizado era que o

sufrágio somente seria universal quando votassem 100% dos cidadãos, o

que incluiria todas as mulheres, e que, até aquele momento, o adjetivo

universal

se referia apenas aos homens. Essas mulheres ficaram conhe-

cidas por sufragistas e pediam sobretudo reformas de cunho educativo,

político, social e até econômico, mas sem deixar de lado todos os requeri-

mentos, sendo o mais importante, o direito ao voto. Exigiam a igualdade

entre homens e mulheres, o direito ao voto e a todos os direitos do cida-

dão, e por isso propunham a denominação de sufrágio igual, em vez de

sufrágio universal.

Esse movimento adquiriu dimensões internacionais e encontrou

eco nos Estados Unidos e na Inglaterra. A Convenção de Seneca Falls