

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 72, p. 140 - 167, jan. - mar. 2016
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zar a violência contra as mulheres e a importância do seu combate, assim
como os efeitos dessa violência sobre as mulheres. Várias organizações
sociais e não governamentais implementaram programas de atenção a
mulheres em situação de violência e foram criados os primeiros centros
de referência de atendimento às mulheres.
... feminismo, como movimento social e político, defende a
igualdade de direitos entre homens e mulheres e trouxe a
questão da violência contra a mulher para o debate público,
exigindo por parte do Estado políticas públicas de enfrenta-
mento à violência. Dentre as várias políticas públicas já obti-
das por esse movimento no Brasil, encontram-se as Delega-
cias de Atendimento à Mulher, principal porta de entrada das
mulheres na rede de serviço de combate à violência, e a Lei
nº 11.340/06, denominada Lei Maria da Penha, que coíbe a
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Com a contribuição dos movimentos feministas e das organizações
de mulheres foram constatados e denunciados vários assassinatos de mu-
lheres como a expressão mais extrema de violência contra elas. O movi-
mento aumentou com a denúncia de alguns casos emblemáticos e rumo-
rosos de mulheres que foram mortas por seus maridos e companheiros,
revelando a impunidade desses crimes e a ausência de resposta por parte
dos Estados.
Como todo processo histórico, o feminismo teve fases e evoluções.
VAlCÁRCEL (2009) denominou-as “las tres olas del feminismo”. Para a au-
tora, trata-se de um evidente feminismo filosófico, cuja primeira fase apa-
rece no século XVIII, com a reinvidicaçao da cidadania. A segunda fase
surge em meados do século XIX, tendo como objetivo central a reinvidica-
ção do direito ao voto e à educação, para em seguida aparecer a terceira
fase, que se inicia no século XX, que seria a consolidação social e a busca
pela paridade total.
Impõe-se destacar as três fases do feminismo: a primera surge no
século XVIII com a reinvindicação da cidadania. A criadora deste termo foi
Mary Wollstonecraft que, em 1792, publicou a
Vindication of the rights of
women
, traduzida para o espanhol como
Vindicación de los derechos de
la mujer
. Ela defendia o papel da mulher na sociedade, pois são elas res-
ponsáveis pela educação da infância, e, portanto, devem receber todos os