Background Image
Previous Page  534 / 590 Next Page
Basic version Information
Show Menu
Previous Page 534 / 590 Next Page
Page Background

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 526- 534, jan - fev. 2015

534

O Ministério Público e a Defensoria Pública também foram agracia-

dos com o incremento de suas prerrogativas e funções.

Portanto, não é crível que haja descompasso entre um órgão e ou-

tro. Mais que isso: desequilíbrio entre acusação e defesa.

Não oportunizar o parecer técnico para a defesa e oportunizar para

a acusação importa em descredenciar o princípio da igualdade das partes.

Mais que isso, o princípio do contraditório se resta hostilizado.

Como afirmado no decorrer deste ensaio, o DNA do órgão da acu-

sação que atua em primeiro grau de jurisdição é o mesmo DNA daquele

que representa o Ministério Público nos tribunais.

Nesse passo do garantismo penal, é intolerável que a defesa fique

em posição tão desfavorável em um processo no qual a mais aguda e pe-

netrante intervenção estatal poderia se fiar, a saber, a intervenção crimi-

nal.

Como cediço, o Direito Penal é a

ultima ratio

, a última trincheira

do aparelhamento judiciário, tanto que não se pode lançar mão da seara

criminal, a não ser se impossível a utilização de qualquer outro ramo do

direito.

Assim, conclui-se que a Defensoria Pública deve emitir parecer técnico

como imperativo em um Estado que se quer constitucional e democrático.

Referências bibliográficas

CRUZ, Rogério Schietti Machado.

Revista dos Tribunais

,

março de

1997.

MARQUES, José Frederico.

Elementos de Direito Processual Penal,

V. IV. Forense, 1965.

RODRIGUES, José Narciso da Cunha,

apud

CRUZ, Rogério Schietti

Machado,

op

.

cit

.