

u
DECISÕES
u
u
Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 25, p. 59-176, 1º sem. 2016
u
124
PASSE LIVRE POR INCAPACITAÇÃO PARA O TRABALHO - MOLÉSTIA
GRAVE – ARGUMENTO DE QUE NÃO HÁ LEI MUNICIPAL QUE REGULA-
MENTE O TIPO DE DEFICIÊNCIA DO AUTOR - DIREITO AO TRANSPOR-
TE DO PACIENTE DE SUA RESIDÊNCIA ATÉ O LOCAL DO TRATAMENTO
DE SAÚDE DECORRE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – PROCEDÊN-
CIA.
(TJERJ. PROCESSO Nº: 0000246-55.2015.8.19.0037. RELATORA: JUÍ-
ZA PALOMA ROCHA DOUAT PESSANHA. JULGADO EM 05 DE NOVEM-
BRO DE 2015).
PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL
VOTO
Narra a parte autora, em síntese, que está incapacitado para o tra-
balho desde 2013 por conta de moléstia grave que a acomete, qual seja,
glaucoma monocular do olho direito (CID H.54.1), sendo obrigado a fazer
tratamento oftalmológico, conforme atestado médico juntado à fl. 10 e
receituário à fl. 32. Sustenta que, desde 2013, vem pleiteando o passe livre
junto à ré (fls. 10/12), o que lhe tem sido negado, ao argumento de que
não há lei municipal que regulamente sobre o tipo de deficiência do autor.
Alega que tem sido obrigado a pagar as passagens nos ônibus da ré, o que
prejudica sua renda, uma vez que recebe mensalmente um salário mínimo
(fl. 13). Requer, assim, antecipação de tutela para que a ré seja obrigada a
fornecer ao autor o passe livre definitivo; e indenização a título de danos
morais.
A r. sentença de fls. 108/109 rejeitou a preliminar de incompetência do
JEC por entender desnecessárias a produção de prova pericial e o litiscon-
sórcio com o Município de Nova Friburgo. No mérito, julgou improceden-
tes os pedidos, por entender que o autor não logrou êxito em comprovar
a dificuldade de locomoção e a carência de recursos para custear o trans-
porte coletivo.
Em recurso inominado interposto às fls. 113/121, a parte autora plei-
teia a reforma da sentença, com a procedência dos pedidos formulados
na inicial.