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ARTIGOS

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Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 23, p. 47-100, 2º sem. 2015

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A lei tratou de especificar seu objeto de atuação face à coibição e à

prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, fundada na

opressão do gênero masculino sobre o feminino.

Visando à superação (ou ao menos, à diminuição) do preconceito e

da discriminação da mulher, a Lei surgiu com o escopo de permitir uma

sociedade mais igualitária, trazendo instrumentos de empoderamento do

feminismo, como as medidas protetivas, a assistência humanizada etc.

É neste contexto que as medidas protetivas de urgência se sobressa-

em, vindo a ser, segundo Nilo Batista

4

, o setor mais criativo e elogiável da lei.

Medidas estas que não se limitam à mulher em situação de violência domés-

tica e familiar, na medida em que servem como meio de caráter assistencial/

protetivo direcionado aos familiares, às testemunhas e tambémao agressor.

3. As medidas protetivas de urgência e sua efetivação

Sustenta-se que as medidas protetivas de urgência vieram no con-

texto de uma série de medidas constituídas em favor da mulher, vítima de

violência doméstica, no intuito de resguardá-la de toda a forma de negli-

gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão

5

.

As medidas protetivas, como verdadeiras medidas cautelares que

são, devem preencher os pressupostos do

periculum

e

fumus

para que o

juiz possa as conceder

6

.

Conforme assevera Geraldo Prado

7

, não se trata de tomar a violência

doméstica por evidente e inverter o ônus da prova, posto que, a decisão

afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; IV -

determinar a separação de corpos.

4 BATISTA, Nilo. "Só Carolina Não Viu".

In:

MELO, Adriana (Org.).

Comentários à Lei de Violência Doméstica e

Familiar Contra a Mulher

. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009

5 BIANCHINI, Alice.

Lei Maria da Penha:

Lei 11.340/2006: aspectos assistenciais, protetivos e criminais da violên-

cia de gênero. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 82

6 MELO, Adriana. "Lei Maria da Penha: Uma ação afirmativa em favor da mulher vítima de violência doméstica

e familiar".

In

:

Comentários à Lei de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.

Rio de Janeiro: Lumen

Juris, 2009, p. 11-12.

7 PRADO, Geraldo.

In:

Comentários à Lei de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher

. Rio de Janeiro:

Lumen Juris, 2009, p. 122.