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Decisões

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STJ

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Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 23, p. 159-214, 2º sem. 2015

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MULHER HODIERNA. DESNECESSIDADE DE PROVA.

COMPETÊNCIA DO I JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉS-

TICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA CAPITAL

FLUMINENSE. RECURSO PROVIDO. DECLARAÇÃO,

DE OFÍCIO, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, EM RE-

LAÇÃO AO CRIME COMETIDO CONTRA A PRIMEIRA

VÍTIMA, EM FACE DA SUPERVENIENTE PRESCRIÇÃO

DA PRETENSÃO PUNITIVA ESTATAL.

1. Hipótese em que, tanto o Juízo singular quanto o Tribunal

a quo

, concluíram que havia, à época dos fatos, uma relação

de namoro entre o agressor e a primeira vítima; e, ainda, que a

agressão se deu no contextoda relação íntima existente entre

eles. Trata-se, portanto, de fatos incontestes, já apurados

pelas instâncias ordinárias, razão pela qual não há falar em inci-

dência da Súmula n.º 07 desta Corte.

2. O entendimento prevalente neste Superior Tribunal de Justi-

ça é de que “

O namoro é uma relação íntima de afeto que inde-

pende de coabitação; portanto, a agressão do namorado con-

tra a namorada, ainda que tenha cessado o relacionamento,

mas que ocorra em decorrência dele, caracteriza violência do-

méstica

“ (CC 96.532/MG, Rel. Ministra JANE SILVA – Desem-

bargadora Convocada do TJMG, TERCEIRA SEÇÃO, julgado

em 05/12/2008, DJe 19/12/2008). No mesmo sentido: CC 100.654/

MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em

25/03/2009, DJe 13/05/2009; HC 181.217/RS, Rel. Ministro GILSON

DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 20/10/2011, DJe 04/11/2011;

AgRg no AREsp 59.208/DF, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA

TURMA, julgado em 26/02/2013, DJe 07/03/2013.

3. A situação de vulnerabilidade e fragilidade da mulher, en-

volvida em relacionamento íntimo de afeto, nas circunstâncias

descritas pela lei de regência, se revela

ipso facto

. Com efei-

to, a presunção de hipossuficiência da mulher, a implicar a