

u
Decisões
u
TJRJ
u
u
Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 23, p. 107-158, 2º sem. 2015
u
149
Informou que a vítima disse que o réu “pagaria muito pesadamente”.
Aduziu que queria fugir para a Embaixada de seu país, que se localiza
emSão Paulo, sendo certo que, em virtude de estar “preso”, não conseguiu.
Afirmou que a vítima e seus pais queriam todos os objetos que esta-
vam no contêiner, e ainda, que se os entregasse, poderia pegar um avião
para ir para a Turquia.
Narrou que, na Delegacia, apresentou as marcas de lesão por agres-
são para mais de 10 pessoas, mas não o levaram para a realização do exa-
me de corpo de delito.
Informou que nunca ameaçou a vítima, nem a sua família de morte.
Afirmou que “
não é um selvagem para fazer uma coisa dessa
”, e ainda,
“
que é a vítima nesse caso
”.
Aduziu que a família da vítima o ameaça de morte, bem como de “fi-
car com tudo que possui em seu contêiner”.
Narrou que foi obrigado a se casar com a vítima e acredita que foi
“prejudicado em tudo isso”.
Informou que a família da vítima não quer o bebê, mas sim o dinheiro
do denunciado, uma vez que possui muitos bens na Turquia, todos de co-
nhecimento da ofendida e de seus familiares.
Aduziu que acredita que todos os desentendimentos familiares fo-
ram em decorrência de seu dinheiro, que a família da vítima ambiciona.
Por fim, afirmou que nunca houve agressões físicas entre a ofendida
e ele, mas sim discussões verbais.
Diante do exposto, verifico que restou comprovada a prática dos cri-
mes descritos na inicial acusatória.
A vítima, em Juízo, descreveu com riqueza de detalhes a dinâmica deli-
tiva, afirmando que o acusado a agrediu com um soco em sua face, seguido
de tapas, e ainda, chutou-a contra a porta, jogando-a ao solo, bem como ten-
tou estrangulá-la, desferiu-lhe puxões em seu cabelo, jogou-a novamente ao
solo e lhe desferiu chutes, quando a mesma ainda estava no chão.