Previous Page  124 / 212 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 124 / 212 Next Page
Page Background

u

ARTIGOS

u

u

Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 16 - n. 1, p. 110-142, 1º sem. 2018

u

124

tas que não puderam ser solucionadas pelos outros Estatutos Jurídicos.

Ao elaborar as leis, o Legislador deve se ater ao princípio da intervenção

mínima

49

.

Complementando o Princípio da Intervenção Mínima e o Princípio da

Insignificância, tem-se o Princípio da Fragmentariedade, fundamentando

que apenas as condutas típicas que lesionem o bem jurídico tutelado de-

vem ser apenadas

50

.

O Princípio da Fragmentariedade decorre dos princípios da reserva

legal e da intervenção necessária mínima. O direito Penal protege todos

os bens jurídicos das violações, porém, apenas os mais importantes, não

abarcando todo tipo de lesões, mas apenas aqueles casos mais grave. Des-

tarte, o Direito Penal protege apenas um fragmento dos interesses jurídi-

cos. Eis o porquê de ser chamado fragmentário

51

.

Rogério Greco, acerca deste princípio, explica magistralmente, salien-

tando que o uso irrestrito do Direito Penal pode se tornar ineficaz:

Não se educa a sociedade por intermédio do Direito Penal.

O raciocínio do Direito Penal Máximo nos conduz, obrigato-

riamente, à sua falta de credibilidade. Quanto mais infrações

penais, menores são as possibilidades de serem efetivamente

punidas as condutas infratoras, tornando-se ainda mais sele-

tivo e maior a cifra negra

52

.

A tipicidade existe quando há a relevância social. É o que preconiza o

princípio da adequação social. Portanto, se há a adequação social na con-

duta, exclui-se a sua tipicidade. Tal princípio serve de norte para a criação

49 PRESTES, Cássio Vinicius D. C. V. Lazzari.

O princípio da insignificância como causa excludente da tipicidade

no Direito Penal

. São Paulo: Memória Jurídica, 2003, p. 25.

50 SILVA, Ivan Luiz.

Princípio da Insignificância no Direito Penal

. Curitiba: Ed Juruá, 2004, p. 124.

51 Damásio de Jesus.

Código Penal Anotado

. São Paulo: Saraiva. 2012. p. 02.

52 GRECO, Rogério.

Curso de direito penal

: parte geral. Niterói – RJ: Impetus, 2007. V.1, p. 19.