

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 63 - 69, Janeiro/Abril 2018
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O embrião da escola processual de Copacabana, composta nas suas
origens por dois únicos personagens, o Professor José Carlos e seu mestre
Luiz Machado Guimarães, germinou e deu frutos, fez discípulos.
Não pode haver glória maior para um mestre do que a de ver e a de
assistir os seus discípulos a passar aqueles ensinamentos que com tanto des-
prendimento e amor incutiu-lhes.
Nós, seus alunos e discípulos, levamos e guardamos, como dizia o
grande Milton Nascimento, “debaixo de sete chaves, dentro do coração”,
essa melhor parte do mestre e a dividimos com os nossos alunos, que se
incorporam também a essa grande família espiritual. O Professor e Dº Gilka
têm netos espirituais, alunos de seus alunos, que hoje lecionam na nossa
Faculdade e nas várias outras espalhadas pelo Brasil afora.
Não foi por acaso que tudo isso aconteceu. O Mestre cumpriu a pro-
messa que fez sucessivamente às suas diversas turmas, desde 1972, “de que a
partida, a formatura não representava um fim, mas sim um novo começo”.
Na formatura da última turma – 1996, voltava ao tema dizendo a seus alunos:
“não se livrarão de mim com tamanha facilidade. Hão de consentir – como,
para meu imenso júbilo, vêm consentindo tantos e tantos bacharéis de anos
anteriores – que eu os acompanhe mais um pouco, o máximo que prouver a
Deus, se nem sempre com os olhos, pelo menos sempre no coração”.
E assim tem acontecido com grande parte de seus ex-alunos. Os que ti-
veram e os que têm o privilégio de conviver não só com o mestre, mas também
com Dº Gilka, que adotou com imenso carinho e com amizade sincera, que
transcende e supera o plano técnico-jurídico, os filhos espirituais do Professor
José Carlos. A ela o nosso reconhecimento, admiração, carinho e gratidão.
É comum ver o Professor José Carlos e Dº Gilka participando de
festividades diversas que envolvem seus ex-alunos: casamentos, aniversários
e jantares comemorativos.
Não foram poucos aqueles que de uma forma ou de outra tiveram a
ajuda espontânea e sem alarde, o carinho, a mão do Professor, seja na vida
profissional, seja em outras situações do dia a dia.
O Professor fez discípulos, alcançou a afeição de todos os seus alunos
e cultivou, juntamente com Dº Gilka, a amizade de muitos, tantos quantos
era possível. Essas situações, que o Professor considera verdadeiros dons, gra-
ças, foram recolhidas por ele – são estas as suas palavras – “com a alma em
alvoroço e guardada entre os troféus mais caros da sua vida espiritual, como
gema de preço inestimável”.