

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 63 - 69, Janeiro/Abril 2018
63
Homenagem ao Professor José
Carlos Barbosa Moreira por
Ocasião da sua Aposentadoria
na UERJ
Discurso proferido pelo prof. Paulo Cezar Pinheiro Carneiro por
ocasião da aposentadoria do prof. José Carlos Barbosa Moreira na
Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ.
“Discursos, convém que sejam poucos, se possível, que sejam bons;
em qualquer caso, que sejam breves”. Esta foi a advertência do Professor
José Carlos Barbosa Moreira no discurso proferido para a sua última turma
de bacharelandos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no ano de
1996. Prometo cumprir, pelo menos, a advertência final sobre a brevidade.
Fui escolhido para falar em nome de todos os ex-alunos do Professor
José Carlos, por dois motivos: o primeiro, em decorrência de erro inescu-
sável de meus pares na indicação da pessoa; o segundo, pelo fato de ser ex-
-aluno da primeira turma, a de 1972, que o Professor acompanhou e à qual
emprestou o seu nome. Falo, portanto, como o mais velho.
Aliás, que ninguém me ouça, sempre existiu uma certa rivalidade
in
bonam partem
entre as diversas turmas do Professor José Carlos, cada qual
a se proclamar como a preferida e a melhor. Sempre que instado por alunos
desta ou daquela turma, o mestre respondia com um sorriso enigmático:
“Existem muitas moradas na casa do pai!”
Não pretendo fazer um discurso elaborado, intelectual, profundo
em filosofia e muito menos técnico, com citações diversas de autores
estrangeiros, como poderia convir a uma cerimônia própria de uma aca-
demia inglesa; os dados da biografia do Professor – quando fez a primei-
ra comunhão, se foi crismado – também não serão considerados, por
absoluta falta de relevância jurídica. Pretendo imprimir neste discurso a
mesma marca, a mesma linha que o Professor José Carlos imprimiu na
sua vida como Professor: a da simplicidade, mesmo sendo grande, e a do
amor pelos seus alunos.