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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 79, p. 11 - 49, Maio/Agosto 2017

os alcoólicos crônicos, tendo em vista que o consumo de álcool se torna exa-

gerado e o comportamento agressivo. Ainda, existe um aumento à tolerância

de álcool e a perda de controlo sobre o consumo

81

; 4ª) Fase crônica ou

delta

:

o indivíduo entra num processo degradatório físico, psíquico e social, po-

dendo desenvolver psicose alcoólica, com apresentação do

delirium tremens

e de alucinações visuais e, ainda, inabilidade de abstinência

82

.

A compreensão de alcoolismo como doença é vital para que haja

interação entre o sistema legal com os modelos médicos da doença-de-

pendência do álcool.

2.1.2. Classificação de alcoolismo

A reação concreta ao álcool depende de uma multiplicidade de fatores

individuais e externos, como, por exemplo, fatores anátomo-patológicos e

bioquímicos do organismo que geram diversas reações ao álcool consoante

as pessoas ou até no mesmo indivíduo em tempos diferentes

83

.

Deste modo, o álcool ingerido em porções variáveis, sob influência de

determinadas condições, flui no organismo, de forma prejudicial, ocasiona-

do desde a simples embriaguez até a psicose alcoólica

84

.

Como veremos a seguir, a intoxicação alcoólica compreende: embria-

guez normal, dividindo-se em três fases (excitação, confusão e sono); alcoolismo

como forma de embriaguez patológica; e o alcoolismo crônico, que apresen-

ta as psicoses alcoólicas. Analisaremos, primeiramente, o alcoolismo crônico,

para então, em seguida, entrarmos no estudo específico da embriaguez.

2.1.3. Alcoolismo crônico e psicoses alcoólicas

O alcoolismo crônico, causado pelo o abuso prolongado de bebidas

alcoólicas, pode conduzir a perturbações mentais permanentes. Caracteriza-

-se pela presença de sintomas neurológicos e somáticos, juntamente com

anomalias ou manifestações psíquicas anormais permanentes

85

.

O fato de ingerir grandes quantidades de bebida alcoólica diariamen-

te não define o alcoolismo crônico. É necessário haver a presença de sinto-

mas nervosos e psíquicos permanentes para diagnosticar a doença. Alguns

81

CROCE, 2012: 136.

82

Ibidem

, p. 136.

83

SANTOS, 1968: 27.

84

CROCE, 2012: 141.

85

LOPES SAIZ; CODON, 1951: 267.