

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 78, p. 318 - 334, Janeiro/Abril 2017
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Na referida pesquisa, relata o Instituto que a inclusão digital foi promo-
vida pela adoção do telefone celular como aparelho preferencial para navegar.
Segundo Possolli e colaboradores, o crescimento do uso de redes so-
ciais virtuais tem sido exponencial no Brasil. São cerca de oitenta milhões
de brasileiros com contas ativas em Social Networking Sites como Facebook,
Instagram, Twitter, Tumblr e Flickr.
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Associado ao fato estatístico que demonstra o uso de aparelhos por-
táteis para a utilização da internet e uso de
redes sociais
, a classe relacionada
à área da saúde, principalmente a geração nascida após o ano de 1980 vem
enfrentando, por ser considerada mais tecnológica no sentido digital, uma
corrida desenfreada pela autopromoção, tanto do ponto de vista particular
quanto do ponto de vista profissional.
A
geração selfie
, que se conecta em qualquer lugar e a qualquer hora e,
diga-se de passagem, sem qualquer hesitação, vem gerando profundas trans-
formações no relacionamento interpessoal e trazendo uma preocupação a
mais nas instituições de ensino relacionadas à área da saúde.
As faculdades têm realizado campanhas educativas em conjunto com
os Conselhos profissionais visando reprimir esse desejo, quase que incontro-
lável e viciante, de autopromoção e recebimentos de
curtidas
e bonequinhos
de
emoticons
.
Os Conselhos profissionais foram obrigados a redigir regramen-
tos normativos, por meio de resoluções, além do que já prescreviam os
Codexes
Éticos, para tentar, por meio de punições disciplinares por falta
de decoro profissional, reprimir tamanha necessidade insensata e porque
não dizer, insólita.
Para conferir o alegado acima, basta qualquer pessoa conectar-se às
redes sociais e a alguns sites para se deparar com fotos de casos concretos
sendo discutidos no Facebook, Instagram, Grupos de Whats App e correla-
tos. Encontram-se, nestes sítios, as mais diversas imagens de pacientes sendo
atendidos, fotos de antes e depois, discussões acaloradas e até mesmo des-
respeitosas de profissionais falando sobre um determinado tratamento ou
diagnóstico que entendem estar equivocado.
Tudo de forma aberta ao público e sem qualquer filtragem ou respeito
ao paciente, a terceiros, ou ao seu colega de profissão.
12 POSSOLI, Gabriela Eyng, NASCIMENTO, Gabriel Lincon do, SILVA, Juliana Ollé Mendes da. A Utilização do
Facebook no Contexto Acadêmico: o Perfil de Utilização e as Contribuições Pedagógicas e para Educação em Saúde.
RENOTE
. 2015; volume13, n.º 1.