

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 77, p. 211 - 233, Janeiro 2017
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Quanto à nacionalidade, todas as vítimas são brasileiras. E
quanto à profissão, 88% das vítimas exercem profissão remunera-
da, formal ou informal. Este dado demonstra, em consonância com
outras pesquisas, que a violência doméstica independe da condição
social da vítima.
A partir do levantamento dos dados da vítima, a equipe identi-
ficou que seria importante conter na ficha cadastral uma questão so-
bre o perfil étnico ou racial da vítima, para que futuramente se possa
fazer uma análise desses componentes como um recorte possível.
Além disso, verifica-se a importância de indicativos que informem
sobre a situação econômica da vítima e sua dependência do agressor.
2.1.2 Perfil do agressor
O mapeamento do agressor se mostrou impreciso por dois mo-
tivos: (1) toda informação da ficha cadastral é obtida de forma indi-
reta, ou seja, por meio do relato da vítima e (2) a análise dos autos
da medida protetiva na maioria das vezes não contém a versão do
agrassor sobre os fatos.
Não obstante, segundo a análise das fichas, podemos extrair as
seguintes informações do perfil do agressor: o grupo que mostrou
maior incidência é o de homens entre 31 e 40 anos, com 34%, segui-
do pelo grupo de homens 41-50 anos, com 23%, tendo o mais novo,
20 anos e o de idade mais avançada, 73 anos.
Quanto à nacionalidade, somente em um dos casos o agressor
não é brasileiro. No que diz respeito ao estado civil, o maior grupo se
disse solteiro (39%), seguido por casados (21%). E a situação familiar
não foi possível apurar, tendo em vista que a maior parte das fichas
não continham qualquer informação (64%).
Um fator componente de risco nas relações de violência do-
méstica é porte de armas. A análise das fichas revelou que a maioria
não possui porte/posse de armas de fogo (72%); no entanto, revela-
-se significativa a quantidade de 15% que possuem porte/posse de
arma de fogo.
De acordo com o Mapa da Violência de 2015
1
, a arma de fogo
é o meio mais utilizado nos homicídios de forma geral, incidindo
1 Dados disponíveis em:
http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf.Acesso
em 25 out. 2016.