Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  168 / 210 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 168 / 210 Next Page
Page Background

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 74, p. 166 - 182. 2016

166

Avanços no Direito Marítimo.

Oportunidade Desperdiçada

pelo Oligofrênico Veto

Presidencial

Matusalém Gonçalves Pimenta

Professor convidado da Universidad Carlos III de Ma-

dri, Espanha, e da Aix-Marselle Université (Faculté de

Droit et Science Politique, Aix-en-Provence), França.

Doutorando em Direito Ambiental Internacional pela

Universidade Católica de Santos. Pesquisador finan-

ciado pela CAPES. Mestre em Direito Internacional.

Pós-graduado em Ciências Náuticas. Professor de Di-

reito Marítimo (UERJ e UNISANTOS).

RESUMO:

Este artigo pretende lançar luz sobre o dissídio doutrinário

formado no âmbito da natureza jurídica das decisões do Tribunal Marí-

timo. Afastou-se a ideia de “parecer técnico”, defendida por parcela mi-

noritária de especialistas, usando-se da etimologia e da lógica jurídica.

Criticou-se o equivocado veto presidencial ao dispositivo do novo Códi-

go de Processo Civil que incluía os acórdãos da Corte Marítima na lista

dos títulos executivos judiciais. Pugnou-se pelo entendimento de que

as decisões do Pretório Marítimo fazem coisa julgada administrativa,

sendo esta a sua natureza jurídica. Ao final, concluiu o autor que essas

decisões são definitivas de mérito, ressalvadas as hipóteses de vícios de

inconstitucionalidade e/ou ilegalidade. Desse modo, tais acórdãos estão

aptos para serem executados junto ao juízo cível competente, em har-

monia com a Carta Política, máxime, no que toca aos direitos fundamen-

tais que apontam para o caminho da razoável duração dos processos.

Lamentavelmente, esse avanço pretendido pelo Legislativo encontrou

barreira na incompetência do Executivo.