

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 72, p. 191 - 202, jan. - mar. 2016
202
Se o corpo sofre, se o corpo é sacrificado, é o humano que é sacri-
ficado. Se o corpo desfruta e goza, é o humano que desfruta e se deleita.
Quando o corpo morre, é o humano que morre.
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Não é possível (juridicamente falando) separar o corpo humano da
dignidade humana. Os ataques que se praticam contra o corpo humano
são ofensas contra a dignidade humana, contra a liberdade, contra a au-
tonomia humana. Ninguém pode dizer: sou dono do meu corpo e então
posso me submeter ao trabalho escravo. Não pode. O valor da dignidade
humana não permite isso. Temos que prestar muita atenção nessa relação
que existe entre o “eu” e o “corpo”. São siameses. Há identidade total en-
tre eles. E o que os une é a dignidade humana.
7 Cf. ARTETA, Aurelio.
Tantos tontos tópicos.
4ª edição. Barcelona: Ariel, 2012, p. 44.