

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 18, n. 69, p. 129-155, jun. - ago. 2015
134
21. A
associação
, por sua vez, possui características mais singelas. Sig-
nifica dizer que o consumidor realizou uma conexão mental entre duas mar-
cas, mesmo ciente de que são sinais distintos. Tal vinculação será ilícita se im-
plicar o aproveitamento do prestígio alheio como mola propulsora da venda.
22. Aos tipos clássicos de confusão cabe acrescentar três outras
modalidades já não tão raras no mercado: a
confusão por interesse inicial
,
a
confusão reversa
e a
confusão pós-venda
.
23. Há
confusão por interesse inicial
entre marcas quando uma em-
presa usa a marca ou outros elementos da comunicação visual de ter-
ceiros para atrair a atenção do consumidor, ainda que a origem real dos
seus produtos ou serviços esteja devidamente identificada no momento
da compra.
24. Nas palavras de Gilson
6
:
“Initial interest confusion is a bait-and-switch cheat, a competitor’s
foot in the door at the expense of the legitimate trademark owner.
When a company uses another’s trademark to capture customer’s
attention and lead customers to its goods or services, that company
may be liable for trademark infringement even if the consumer rea-
lizes before purchase that the product was not made by the original
trademark owner. In other words, there is simply likely confusion
that is dispelled before the point of sale.”
25. São comuns as situações de
confusão por interesse inicial
em
violações de
trade dress
de estabelecimentos comerciais e em buscas na
internet (
metatags
ou
links
patrocinados). O consumidor, atraído pelo
tra-
de dress
ou pela marca que lhe é familiar, decide por concluir a compra do
produto ou a contratação do serviço mesmo após descobrir que a fonte é
diversa, movido pela conveniência de não continuar procurando pelo for-
necedor original, e pela presunção de que a qualidade será semelhante.
6 Jerome Gilson,
in
Gilson on Trademarks
, Ed. LexisNexis, 2013, Volume 2, Capítulo 5, p. 175.