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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 18, n. 68, p. 153-177, mar. - mai. 2015

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É muito importante que o funcionário do Gabinete do Magistrado

saiba relatar o que se contém nos autos analógicos ou virtuais para que

possa o magistrado decidir. Para tal, é necessário que mencione não o

nome da ação, mas o pedido e a causa de pedir, os pontos de relevância

na resposta e, a seguir, as questões de fato e de Direito que devem ser

conhecidas e decididas.

Em outras palavras, tenha um ou dezenas de auxiliares, exerça pou-

cas ou muitas atribuições, o Juiz se vê obrigado a realizar as suas tarefas

quotidianas com os meios de que dispõe, não raras vezes sob a pressão de

exigências de instâncias superiores ou então sob a demanda representada

por entidades e escritórios muito melhor administrados, mesmo porque

dispondo de muitos e melhores recursos materiais e humanos.

Aliás, há notícias de escritórios de advocacia que dispõem de so-

fisticada organização, com dezenas ou centenas de Advogados, a grande

maioria especializada em diversos e amplos setores do Direito, da Econo-

mia, da Administração etc., dezenas de auxiliares de nível superior como

administradores, contabilistas, economistas, centenas de auxiliares de ní-

vel médio.

Tudo o que produzem, mais ou cedo ou mais tarde, acaba por de-

saguar nos gabinetes de Magistrados os quais, não raras vezes, trabalham

com poucos auxiliares e praticamente nenhum apoio material.

Por isso mesmo, até por orientação do Conselho Nacional de Jus-

tiça, principalmente em face das necessidades da Justiça estadual de pri-

meira instância, há hoje a destinação obrigatória de recursos humanos

e materiais para o apoiamento dos magistrados no exercício da função

relevante de ser o primeiro a atender ao dever constitucional de garantir

o acesso à Justiça.

3. DISTINÇÃO ENTRE AS ATIVIDADES PRIVATIVAS E NÃO PRIVATIVAS

DOS MAGISTRADOS NO GABINETE

Neste estudo é utilizada a expressão

Gabinete

, como é a praxe de se

designar o local de trabalho das Autoridades Públicas, expressão que vem

do inglês

cabinet member

, a designar o membro do Governo.

Contudo, na prática, o mais correto seria a denominação de

escri-

tório

, local onde se escreve. Melhor seria, nestes tempos informatizados,