Previous Page  86 / 212 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 86 / 212 Next Page
Page Background

u

ARTIGOS

u

u

Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 16 - n. 1, p. 56-109, 1º sem. 2018

u

86

cidadãos não se concebe como um conjunto de obrigações do Estado de

promoção, proteção e defesa dos direitos humanos, e aquelas situações

que se envolvem nas ações relativas à prevenção e ao controle da violência

do delito

57

.

Dentro dessa prevenção clássica do delito, cita-se Cortés (2013) quan-

do destacou a

prevenção primária

, considerada como a genuína preven-

ção, que orienta as causas, a gênese do delito, “para neutralizá-lo antes

que o próprio problema se manifeste” (GARCÍA-PABLOS MOLINA, 1997

58

).

Atuando a médio e longo prazo, reúne todas as estratégias dirigidas ao

público em geral, que buscam reduzir as causas do delito de forma global,

melhorando as condições de segurança coletiva e de bem-estar no seu en-

torno (SUMALLA

apud

CORTÉS, 2013).

Concretamente, o autor referia-se a políticas sociais, econômicas e

culturais que interferem em aspectos como educação, trabalho e bem-es-

tar social, qualidade de vida e igualdade de oportunidades dirigidas a to-

dos os cidadãos, o que equivaleria, segundo Bueno Arus (

apud

CORTÉS,

2013), à política social do Estado

59

.

A

prevenção secundária

, em segunda escala, entra para atuar quan-

do se manifesta, se exterioriza o fenômeno criminal, operando a curto e

médio prazo, e se orienta nas intervenções, com respeito a determinados

grupos em risco, por predisposição ao cometimento do delito.

(...) por razões os sujeitos a quem se dirige podem ter este

tipo de prevenção como seletiva. A diferença da prevenção

primária que se marca dentro de uma política social, a inter-

57 FONTANA, Juan Faroppa. Respuestas policiales eficaces para la prevención y control de la delincuencia y la

protección de las víctimas del delito.

Revista del Instituto Interamericano de Derechos Humanos

, n. 54, p. 113-124,

San José de Costa Rica, julio/diciembre, 2011. p. 114. Tradução livre do autor.

58 GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antonio.

Criminologia: introdução a seus fundamentos

. Tradução de Luiz Flávio

Gomes. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora dos Tribunais, 1997.

59 CORTÉS, Lina Mariola Díaz. La prevención situacional.

In

: CORTÉS, Lina Mariola Díaz & ÁLVAREZ, Fernando

Pérez (coords.).

Introducción a la criminología

. Salamanca: Ratio Legis, 2013. p. 237-247 (p. 237).