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ARTIGOS

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Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 16 - n. 1, p. 56-109, 1º sem. 2018

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Os eventos mundiais que tiveram assento e se tornaram de grande

importância para o levantamento da problemática mundial foram os se-

guintes: em 1993, a Conferência Mundial para os Direitos Humanos, com

sede em Viena, na Áustria; após, a Declaração das Nações Unidas sobre a

Eliminação da Violência contra a Mulher, em 1994; e finalmente, em 1995, a

Conferência Mundial das Mulheres, realizada em Pequim.

Segundo testificou Pablo Camargo (1960), depreende-se da corrente

de diversos doutrinadores de os seis artigos relativos aos direitos huma-

nos da Carta de São Francisco não são meros princípios orientadores, e sim

normas jurídicas exigíveis, contrariando o pensamento de Hans Kelsen, de

acordo como qual tais regulações não constituiriamnormas obrigatórias

39

.

Verificou-se que, a partir da Conferência de Pequim, teve início a dis-

cussão de um problema de ordem linguística, registrado por Delgado Al-

varez (2010):

Se estaba negando el derecho a existir lingüísticamente a un

concepto nuevo: el concepto de que la violencia sufrida por las

mujeres, ni es doméstica, ni es familiar, ni es de pareja. Éstos

pueden ser – en todo caso – ámbitos en los que se manifesta;

pero el reduccionismo lingüístico de designar la parte por el

todo. Indivisibilizar su carácter ideológico simplesmente elimi-

nará su existencia conceptual

40

.

Portanto, certeira foi a afirmação de Michael Rosenfeld, citado por

Maldonado (2008), quando declarou: “A tese de que a igualdade constitu-

cional é genuinamente central em seu próprio âmbito, porém, sua recons-

trução é necessária para entender de forma adequada sua evasividade e

revelar seu lugar dentro emaranhado institucional delimitado pelo consti-

39 CAMARGO, Pedro Pablo.

La protección jurídica de los derechos humanos y de democracia en América – los dere-

chos humanos y el Derecho Internacional

. México: Excelsior, 1960. p. 67. Tradução livre do autor.

40 DELGADO ÁLVAREZ, Carmen. Raíces de la violencia de género.

In

:

ESCALONA, Antonio Nicolás Marchal

(coord.).

Manual de lucha contra la violencia de género

. 1. ed. Navarra: Aranzadi, 2010. p. 43-64 (p. 45).