Previous Page  145 / 212 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 145 / 212 Next Page
Page Background

u

ARTIGOS

u

u

Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 16 - n. 1, p. 143-152, 1º sem. 2018

u

145

Uma vez que as pessoas se sentem parte de um grupo,

há uma forte pressão institucional para entrarem em con-

formidade com suas normas.”

(Brooks, 2011, pg. 240)

Assim, me parece perfeitamente claro que a busca por um pertenci-

mento e uma aceitação nossa pelo grupo do qual participamos ou quere-

mos participar faça com que as pessoas aceitem as regras da organização

na qual atuam, muitas vezes sem questionamentos. Os jargões e o sim-

bolismo do grupo, portanto, tendem a influenciar e a moldar o indivíduo

numa espécie de coesão coletiva. Afinal, o modelo de poder que melhor se

exerce é aquele que menos se percebe como tal, e ao assimilarmos jargões

e vocabulários, bem como ritos e hábitos, estamos de certa forma solda-

dos naquela cultura, inseridos e aceitos numa espécie de unidade grupal.

Informar não é comunicar.

A comunicação é troca de códigos, compartilhamento de sentidos

e visões de mundo. Podemos inferir que todas as organizações funcio-

nam através da comunicação entre seus componentes e, neste ponto, é

importante destacarmos de quais comunicações estamos falando. Como

profissional da área de comunicação empresarial, compartilho antes de

tudo um conceito vital para enriquecer esta reflexão, em conjunto com

você, leitor(a), a saber: informação não é comunicação.

A entrega de textos, envio de dados, publicação de informativos e

gritos de ordens não caracterizam a comunicação de fato. Podem carac-

terizar a propaganda, repetida e distribuída em excesso exatamente para

moldar a mente pela quantidade de repetições. Mas para a comunicação,

propaganda só não basta, apesar de ser forte mecanismo de lavagem ce-

rebral quando repetida

ad infinitum

.

Num simples exercício, ao dividirmos a palavra comunicação, perce-

bemos que

ação

e

comum

estão reunidas no vocábulo. Comunicar, portan-

to, estaria mais para o diálogo, a interação e a relação, e informar estaria

mais para o universo de mídias e dos veículos (quadros, murais, atas, infor-