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ARTIGOS

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Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 16 - n. 1, p. 143-152, 1º sem. 2018

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não são fruto do acaso, mas refletem o

modus operandi

e de poder dentro

de determinada organização como também se fazem influentes no ritmo

de trabalho, na eficiência e no funcionamento cotidiano da instituição,

bem como seu hábitos e diálogos. Em benefício dos contribuintes ou em

benefício de seus próprios integrantes.

Slogans

, jargões e expressões da tribo.

A palavra

slogan

, utilizada atualmente para identificar bordões e fra-

ses de efeito para embalar produtos e serviços, tem sua origem na Escó-

cia e originalmente remetia a um grito de guerra compartilhado entre os

membros de uma tribo diante do enfrentamento de uma tribo inimiga. Pa-

lavras de ordem, linguajar único e gritos de guerra são, portanto, resíduos

tribais que ainda fazem parte da nossa cultura social e impregnam também

nossas organizações. Assim, por exemplo, times de futebol possuem seus

estandartes, simbologias e expressões próprias. O mesmo vale para gran-

des empresas e para a área judiciária, que possui seus rituais, suas vesti-

mentas e um vocabulário característico e singular, que só é entendido em

sua plenitude pelos iniciados naquela cultura corporativa. Tudo normal,

humanamente normal, pois a área médica, as engenharias, o marketing e

até ONGs também possuem um linguajar que reforça seu universo e que

só é inteligível aos seus membros.

Uma grande companhia norte-americana, por exemplo, certamente

possuirá termos e expressões próprios de sua cultura empresarial, do seu

jeito de falar, agir e trabalhar. Jargões como 

empowerment

 ou empode-

ramento (delegação e maior autonomia de poderes para os empregados

dentro da empresa), 

endomarketing 

(marketing dirigido para os empre-

gados),

 follow up 

(acompanhamento de um processo ou de um projeto)

expertise

 (conhecimento técnico ou especialidade de um profissional)

são termos de um linguajar corporativo comum no ambiente de negócios

de uma corporação multinacional. Muitos deles já estão em uso também

nas empresas brasileiras.

Os jargões, nesses casos empresariais, não precisam ser necessaria-

mente em inglês, podem ser também em português e são sempre repeti-