

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 78, p. 227-252, Janeiro/Abril 2017
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samente até os 15-16 anos e que ocorre em horário extracurricular, devendo
atender às características da criança, com finalidades educativas e que tenham
repercussões no âmbito fisiológico, cognitivo, afetivo, motor e social.
Ademais, como já demonstrado, a PNE (BRASIL/ME, 2005) tem a in-
clusão social como objetivo principal na sua primeira diretriz. Legitimando, o
próprio Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, este a quem
também se vincula a PNE, entende por inclusão:
A garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida
em sociedade, sociedade essa que deve estar orientada por relações
de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças
individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades
de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da
vida (BRASIL/ME, 2001, p. 8).
Portanto, o desporto escolar é um tema transversal da educação com im-
pacto em diversas áreas sociais, constituindo-se como um instrumento essencial
para a promoção da saúde, inclusão social, combate ao insucesso e abandono es-
colar, combate à violência e ao uso de drogas (FREIRE, 2010; DUBOW, KELLY,
2003). Também, tratando sobre o desporto escolar, Santos (2000) considera que
esse, quando adequadamente desenvolvido, pode promover inúmeras compe-
tências, tais como a autoestima, a capacidade de autocontrolo, a cooperação,
a coesão, o trabalho de equipa, entre outras, proporcionando uma adequada
adaptação e integração e, consequentemente, permitindo uma mais facilitada
compreensão e atuação no contexto de inclusão social.
Nesse sentido, o desporto escolar apresenta-se como um instrumento di-
dático para ser aplicado com esses jovens, pois lhes apresenta regras; ensina prin-
cípios, saber ganhar ou perder, o respeito ao direito alheio, a competição ética,
que são todos elementos necessários à formação cidadã de pessoas que poderão
construir um mundo melhor
.
2.3.3 Desporto paralímpico
Por toda a história da humanidade, pessoas com deficiências PCD eram
destinadas à separação, ao isolamento, à incapacidade até a sociedade começar
a mudar esse entendimento, e os jogos paralímpicos são um fator social impor-
tante nesse sentido, pois promovem uma mudança de interação entre as PCD
e a sociedade. Ocorrendo então a transformação da visão social sobre as PCD,
abandonando-se o paradigma de incapacidade física, dando lugar à autonomia.