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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 78, p. 227-252, Janeiro/Abril 2017

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paralímpicos, que são titulares do direito ao acesso universal ao desporto; ou

ainda por todos deve-se compreender os atletas já consagrados e os atletas de

base, estes, talentos a serem descobertos, que dependem do desporto escolar

para se desenvolverem; e por fim a população em geral, os espectadores do

festival, sendo a cerimônia de abertura o evento que gera a maior audiência

nas televisões de todo o mundo, cerca de 1/3 da população do planeta assis-

te. Contudo, será uma política pública capaz de transformar uma sociedade?

Ao fim desse tópico, resultou claro que o discurso democrático nem

sempre corresponde à prática das interações humanas, alguns segmentos da

sociedade permanecem à margem, discriminados, exigindo ordenamentos

sociais específicos, pois outros segmentos, com forte poder econômico sufo-

cam os interesses sociais. Portanto, uma democracia só se efetiva ao permitir

acesso e acessibilidade aos que estão de fora do contexto social, criando uma

ideia de trama, de tecido. O que implica no entrelaçamento entre as diferen-

ças humanas, o contato e o compartilhamento de singularidades. No entan-

to, esse cenário desejado, esbarra na necessidade de reforma do pensamento

humano, de modo que cada cidadão possa ser capaz de conviver com o

outro, com alteridade, em meio à diferença, como condição à dignidade hu-

mana, em prol de seus direitos à vida, ao trabalho, à escolarização, à inserção

social. Nesse sentido, vale se debruçar numa análise mais aproximada dos

segmentos desportivos que ainda tentam se consolidar nas políticas públicas

nacionais, ou seja, o desporto escolar e o paraolímpico.

2.3 Os tipos desportivos em desenvolvimento

Tratar de desporto de alto rendimento, com atletas bem-remunerados,

exibindo seu corpo de Apolo ou Afrodite, conquistando medalhas e que-

brando recordes mundiais da natureza humana é algo fácil, lúdico e praze-

roso. Contudo, é preciso tratar de outros aspectos desportivos, em especial o

escolar ou de base, e o paralímpico, para falar apenas dos principais.

2.3.2 Desporto escolar ou de base

Fazendo um mergulho no legado do idealizador dos Jogos Olímpicos

da Era Moderna, Juca (2000) diz que a perspectiva coubertiana sobre o des-

porto ultrapassa a competição, pois é essencialmente educativa, aspecto que

o Barão desenvolveu largamente no sistema educativo francês. Nesse sentido,

Saura (1996,

apud

TEIXEIRA, 2007) conceitua o desporto escolar como uma

atividade física realizada num período concreto no que à idade, mais preci-