

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 78, p. 227-252, Janeiro/Abril 2017
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O objetivo é
contribuir na construção de um mundo me-
lhor, sem qualquer tipo de discriminação, e assegurar a
prática esportiva como um direito de todos
.
A educação, a integração cultural e a busca pela excelência atra-
vés do esporte são ideais a serem alcançados. O Olimpismo tem
como princípios a amizade, a compreensão mútua, a igualdade,
a solidariedade e o “fair play” (jogo limpo). Mais que uma
filosofia esportiva, o Olimpismo é uma filosofia de vida. A
ideia é que a prática destes valores ultrapasse as fronteiras das
arenas esportivas e influencie a vida de todos (COB, 2016, s.p.)
(grifo nosso).
Vê-se que o Olimpismo é uma filosofia de vida, que pretende con-
tribuir para a construção de um mundo melhor. Logo, demanda ser incor-
porado socialmente. Destarte, a Carta Olímpica apregoa que o objetivo do
Olimpismo é “promover sempre o desporto a serviço do desenvolvimento
harmônico do homem, com o fim de favorecer o estabelecimento de uma
sociedade pacífica e comprometida com a manutenção da dignidade huma-
na”
(tradução nossa) (COI, 2007, s.p.). Logo, pode-se concluir que a proteção
da dignidade humana pode ser efetivada por meio da prática desportiva
inclusiva, e por que não dizer, também esportiva, isso não apenas nos Jogos
Olímpicos, mas em todas as competições desportivas e em todo meio que
possa gerar influência a um mundo melhor.
Dessa mesma forma também entendia o Barão de Coubertin
1
(
apud
,
JUCA, 2000), que dedicou grande parte da sua vida e fortuna ao resgate
da tradição grega dos jogos olímpicos, recriando-o sob o nome de Jogos
Olímpicos da Era Moderna com o lema de que “todos deverão participar
das atividades desportivas sem distinções de país, pessoa, cor, religião ou
ideias políticas”. Assim, conforme os ensinamentos de Coubertin (
op. cit
.),
interpreta-se que: os jogos devem ser realizados em todas as regiões do pla-
neta, como ocorreu na edição da Olimpíada Rio 2016, que embora tardia-
mente, pela primeira vez o megaevento foi sediado no hemisfério sul; todos
também se refere a qualquer povo, inclusive a delegação de refugiados, for-
mada pela primeira vez na edição Rio 2016, que competiram pela
bandeira
olímpica e não pela de seus países; por todos pode se ler também os atletas
1
Pierre de Frédy, mais tarde Barão de Coubertin, nasceu em Paris a 1 de Janeiro de 1863.