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TRANSCRIÇÃO

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Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 24, p. 11-33, 2º sem. 2015

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tiveram algumas nuances jurisprudenciais. Nós estamos na iminência do

surgimento de um novo Código de Processo Civil. Então seria importante

que já começasse a ter um trabalho de maior atualização, de revisão e até,

se for o caso, de revogação de alguns anunciados.

Outra sugestão que eu faço já há algum tempo é a filmagem das au-

diências nos Juizados. A gente já tem todo o equipamento, já tem toda a

estrutura. Eu sei que de certa forma isso pode desestimular a pessoa a con-

ciliar, pode gerar algum tipo de constrangimento etc, mas eu acho que isso

é um movimento irreversível. Se os ministros do STF ficam lá julgando em

rede nacional, eu acho que é muito importante nós ter os nossos julgamen-

tos registrados. E qual a importância disso para a uniformização da juris-

prudência? A partir do momento em que se tem o registro de uma audiên-

cia, você consegue fazer ummaior controle através do recurso inominado.

Qual seria a minha ideia? O juiz no Juizado filma a audiência e aquilo fica

registrado no sistema do próprio Tribunal. Assim, quando a Turma Recur-

sal for julgar o recurso inominado, assiste ao julgamento. É claro que se a

questão debatida no recurso inominado for uma questão de direito, então,

não precisa assistir. Não seria sempre necessário assistir à audiência. Mas

você ficaria com um registro daquilo que facilitaria a instrumentalização.

Muitas vezes, a sentença diz que a testemunha viu a batida. No papel fica

somente que “a testemunha viu a batida. Mas é uma coisa completamente

diferente você ver a testemunha, como ela falou, como ela foi conduzida

durante o interrogatório. Eu tenho amigos, juízes de Juizados em várias

partes do Brasil. O juiz do 1º Juizado Cível de Roraima filma todas as audi-

ências. Já vi um link com essa filmagem. Muito interessante. O nome dele

é Erik Linhares. Ele tem livros sobre Juizados. Ele filma todas as audiências

e as audiências estão disponíveis no sistema intranet do Tribunal. E eu acho

que no futuro a gente caminha para isso. Hoje, a gente vai ao site do TJ, a

gente clica num link e aparece, por exemplo, a ata da audiência, aparece

a sentença, aparece a decisão interlocutória. No futuro, a gente vai clicar,

vai aparecer a imagem da audiência. Se não tem segredo de justiça, se as

audiências são públicas, com as devidas cautelas, eu acho que isso é uma

coisa que pode aprimorar o nosso sistema, mas essa é uma questão para

um grande debate.