Background Image
Previous Page  156 / 554 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 156 / 554 Next Page
Page Background

u

DECISÕES

u

u

Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 22, p. 123-159, 1º sem. 2015

u

156

RELAÇÃO DE CONSUMO. PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA CANCE-

LADO. COBRANÇA INDEVIDA POR SERVIÇO EMBUTIDO. REFORMA

DA SENTENÇA.

(TJERJ. PROCESSO Nº 0002381-23.2012.8.19.026. RELA-

TORA: JUÍZA TULA CORRÊA DE MELLO BARBOSA. JULGADO EM 06 DE

FEVEREIRO DE 2014)

CONSELHO RECURSAL

VOTO

A autora possuiu, durante 1 ano, um plano de previdência privada ad-

ministrado pelo réu, e cancelado pela autora em 2010.

A autora alega que, em 2011, o réu debitou de sua conta-corrente,

sem sua autorização, um total de R$522,66 referente a um produto não

contratado, denominado “RENDA POR INVALIDEZ = PRÊMIO ACES”,

sendo informada pelo réu de que se tratava de um serviço acessório

embutido no plano de previdência privada. Às fls. 14/15 e 28/35, a auto-

ra comprova os descontos indevidos. Às fls. 11/12, a autora comprova

reclamação junto ao réu.

O réu alega que a autora possuía dois planos de previdência, tendo

cancelado apenas um e que esperou, por quase 2 anos, para reclamar o

cancelamento da outra apólice.

Contudo, o réu não se desincumbiu do ônus de provar suas alega-

ções, eis que não juntou qualquer documento que comprovasse a con-

tratação de dois planos de previdência, apenas juntando telas do sistema

interno, às fls. 20 e 25/27, sem valor probatório, eis que unilateralmente

produzidas. Reputo configurada a falha na prestação do serviço, impon-

do-se a restituição das quantias indevidamente pagas, com fundamento

no art. 42 do CDC.

O dano moral constitui-se

in re ipsa

, consequência lógica necessária

da perda de tempo útil para realizar reclamações junto ao réu, a qual per-

maneceu inerte na solução do problema.