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ARTIGOS

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Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 16 - n. 1, p. 56-109, 1º sem. 2018

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96

3 - A CIDH recomenda ações afirmativas para reverter e mu-

dar as situações discriminatórias, de

jure

ou de

fato

, em pre-

juízo de determinados grupos de pessoas diante de situações

violentas onde participem agentes do Estado e particulares.

Quanto a esta recomendação da Comissão, denota-se a preocupação

com a violência de gênero, tendo em vista que as mulheres se encontram

numa situação de vulnerabilidade e desigualdade em relação ao homem

em todos os sentidos, merecendo a intervenção do Estado com políticas

públicas que visem a cessar tal situação.

No plano internacional, é essencial que os protocolos internacionais

promovam essa igualdade. Celada (2004) comentou que, desde a Decla-

ração Universal dos Direitos Humanos, cujos artigos 1

o

, 2

o

e 7

o

garantem a

igualdade dos direitos perante a lei e igual proteção, assim como a prote-

ção contra a discriminação, passando pelo Pacto Internacional de Direitos

Civis e políticos, surgiram outros documentos versando sobre a matéria,

como o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, a

Convenção Europeia de Salvaguarda dos Direitos do Homem e de Liberda-

des Fundamentais e a Carta Social Europeia

77

.

Infelizmente, os últimos dados que retratam a violência contra as mu-

lheres desnudam dados aterrorizantes:

Esses números, que mostram o persistente problema da

violência contra as mulheres no Brasil, fazem parte de uma

pesquisa feita pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum

Brasileiro de Segurança.

Os dados, divulgados hoje, no Dia Internacional da Mulher,

mostram que 22% das brasileiras sofreram ofensa verbal no

ano passado, um total de 12 milhões de mulheres. Além disso,

10% das mulheres sofreram ameaça de violência física, 8%

77 CELADA, Justo Reguero. La prevención de la discriminación de las mujeres en el trabajo.

In

: PELAYO, Emilio

Sampedoro; HERNÁNDEZ, Rosa María Merino &MARTÍNEZ, María Luisa Ibáñez.

Violencia y desigualdad. Realidad

y representación

. Salamanca: Universidad de Salamanca, 2004. p. 198.