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ARTIGOS
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Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 16 - n. 1, p. 56-109, 1º sem. 2018
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sofreram ofensa sexual, 4% receberam ameaça com faca ou
arma de fogo. E ainda: 3% ou 1,4 milhões de mulheres sofre-
ram espancamento ou tentativa de estrangulamento e 1% le-
vou pelo menos um tiro.
A pesquisa mostrou que, entre as mulheres que sofreram vio-
lência, 52% se calaram. Apenas 11% procuraram uma delegacia
da mulher e 13% preferiram o auxílio da família.
E o agressor, na maior parte das vezes, é um conhecido (61%
dos casos). Em 19% das vezes, eram companheiros atuais das
vítimas e em 16% eram ex-companheiros. As agressões mais
graves ocorreram dentro da casa das vítimas, em 43% dos ca-
sos, ante 39% nas ruas.
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É imprescindível a atuação por parte do Estado. Os Governos locais
devem adotar normas internacionais em seus ordenamentos jurídicos para
erradicar essa violência que persiste ainda em seus territórios, propiciando
que a mulher tenha voz e condições de lutar pela sua igualdade.
Somente desta maneira teremos uma sociedade plasmada nos pre-
dicados que norteiam os direitos humanos, voltados para todos, onde ho-
mens e mulheres sejam iguais, seja no plano formal ou material, onde as
oportunidades no âmbito privado ou público sejam destituídas de diferen-
ças históricas, ponto fim ao viés patriarcal que tanto viola a consciência
da mulher, colocando-a numa situação de sujeição em relação ao gênero
masculino.
Obrigatoriamente devo citar o notável trabalho de Anélia Monte-
chiari Pietrani, em que se retrata uma faceta de Cecília Meireles, sobre a
questão que envolve as agruras da mulher, relata que publicado no livro
Retrato Natural
em 1949, o poema “Balada das dez bailarinas do Cassino”,
e acrescenta: de figuras etéreas, vagas e fluidas, as bailarinas apresentadas
nessa balada poética e dançante são praticamente descritas a partir da sua
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https://exame.abril.com.br/brasil/os-numeros-da-violencia-contra-mulheres-no-brasil/