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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
A trajetória profissional do desembargador Ricardo Cardozo foi o primeiro assunto da entrevista.
“Eu sempre quis ser magistrado; como a magistratura naquela época exigia cinco anos de estágio, eu fiz o concurso para ser defensor e passei. A princípio, eu não tinha um afeto pela Defensoria Pública, porque eu não conseguia enxergar como a minha carreira, eu via como uma passagem. Até que surgiu o concurso para a magistratura, e para minha surpresa eu não passei. Houve muito sofrimento, mas foi a melhor coisa que ocorreu na minha vida, porque me possibilitou rever um modo de viver, inclusive em relação a Defensoria. Passei a ver a Defensoria com outros olhos, passei a amar. No segundo concurso, eu entrei para a magistratura com outra visão, com mais sensibilidade, procurando entender o caminho daqueles que sofrem, daqueles que precisam recorrer à Justiça”, ressaltou o desembargador Ricardo Cardozo.
A desembargadora Gaulia complementou o corregedor-geral da Justiça Cardozo: “As derrotas também nos ensinam”. Logo após, a diretora-geral da Escola perguntou sobre a gestão do desembargador Ricardo Cardozo na EMERJ, no biênio 2017-2019.
“A EMERJ tem uma estrutura muito semelhante à de uma empresa, pois há diversos departamentos, é uma área que nós magistrados não estamos afetos. A EMERJ, para mim, foi uma escola no sentido mais amplo possível, tanto na área administrativa, quanto no corpo docente e discente. Eu posso dizer que a EMERJ tem um corpo de funcionários muito dedicados, e eu tenho um carinho muito grande pela EMERJ”, disse.
“A única coisa que o magistrado pode fazer além de judiciar e julgar seus processos é dar aulas. Então, essa coisa da magistratura casada com o magistério é muito comum, mas para isso nós temos sempre que nos capacitar e nos aperfeiçoar, esse é o papel das escolas judiciárias”, completou a diretora-geral da EMERJ.
Sobre a digitalização Judiciária o corregedor disse: “O trabalho a distância veio para ficar, pois podemos ajustar e compatibilizar às necessidades daqueles magistrados e servidores, isso não quer dizer que não vamos ter juízes na comarca, mas sim que vamos ter que encontrar um meio termo, pois isso é bom, traz economia e traz mais tempo. A convivência faz falta? Faz. Então é só achar o meio termo”.
A desembargadora Cristina Gaulia ainda pontuou: “Aumentou o número de depoimentos no Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente [NUDECA], que é exatamente a pauta do CNJ [Conselho Nacional de Justiça], tornando esse espaço mais acolhedor para o depoimento de crianças e adolescentes. Como está funcionando isso?”.
“Nós ainda não temos o suficiente para sair implantando em todos, mas já demos início a criação de núcleos que são necessários de acordo com a imposição do CNJ. É importante ter um local para que os depoimentos das crianças sejam colhidos sem expor aquele menor a uma situação que é de constrangimento, pois se para nós quando temos questões particulares já é aterrorizante ir a presença de um juiz, imagine para quem está fora da nossa casa[nos tribunais] e é menor”, respondeu o corregedor-geral da Justiça.
O programa Sextas na EMERJ é uma iniciativa da Biblioteca TJERJ/EMERJ Desembargador José Carlos Barbosa Moreira, em que operadores de Direito são convidados para serem entrevistados por um magistrado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Na transmissão, há tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Para assistir na íntegra, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=P43MosQd4pE
13 de outubro de 2021