

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 75, p. 7-8, Jul - Set. 2016
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trata da feminização da Magistratura, cuja abordagem revela a história da
desigualdade de gênero no âmbito interno do Poder Judiciário, que ainda
hoje se faz presente, como, de resto, é vivenciada intensamente nos de-
mais espaços da nossa sociedade.
No tocante à desigualdade de gênero, não se pode deixar de re-
gistrar que a EMERJ tem contribuído sobremaneira para o debate de su-
peração da discriminação contra a mulher, não só no meio social em ge-
ral, mas, também, em particular, na atuação do próprio Poder Judiciário.
Disso são exemplos o Curso de Especialização/Pós-Graduação em Gênero
e Direito, iniciado no último mês de março do corrente ano, sob a coor-
denação da Juíza Adriana Ramos de Mello, e a realização no ano passado
de importante Seminário Internacional intitulado “Violência de Gênero e
Feminicídio”, que resultou, inclusive, na edição especial de número 72 da
Revista da EMERJ, com matérias valiosas sobre o tema.
De modo que a Revista da EMERJ, na edição que ora se traz a lume,
permanece fiel a sua vocação acadêmica de fomentar debates jurídicos
de qualidade visando ao aprimoramento da prestação jurisdicional, sem
descuidar da interdisciplinaridade e do respeito à diversidade de pensa-
mentos.
Vê-se, portanto, o elevado grau de importância dessa publicação
periódica, que, ao lado de outras tantas atividades acadêmicas desenvol-
vidas pela EMERJ, se projeta como vigoroso instrumento de propagação
de debates atuais e relevantes, com respeito à livre manifestação do pen-
samento, o que se afigura essencial num Estado Democrático de Direito,
mormente quando este, para muitos, parece estar em crise em decor-
rência do atual momento conturbado sociopolítico pelo qual atravessa a
nossa jovem democracia.
Desembargador Paulo de Oliveira Lanzellotti Baldez
Diretor-Adjunto da EMERJ