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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 73, p. 249 - 252, abr. - jun 2016

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tucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a obrigatoriedade

da garantia de ensino aos estudantes com deficiência, prevista pela LBI.

A partir deste ano, as escolas não poderão cobrar a mais desse segmento

de alunos.

A oferta de auxiliar de vida escolar; reservas de no mínimo 10%

de vagas em cursos de educação superior; obrigação de disciplinas com

conteúdo sobre deficiência em cursos superiores; escolas de idiomas;

informática e outros cursos livres, além da oferta de material acessível,

também estão entre as mudanças propostas pela legislação que modifica

o Código do Consumidor.

No ano passado, a Comissão da Pessoa com Deficiência da Assem-

bleia Legislativa do Rio (ALERJ) fez uma audiência pública para debater

o tema. Com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), enca-

minhamos o relatório desse encontro para o ministro do STF Luiz Edson

Fachin, relator da ação da Confenen, solicitando que todas as instituições

nacionais ligadas ao tema sejam ouvidas no processo. Paralelamente, a

ALERJ também enviou uma moção de repúdio ao Sindicato das Escolas

Particulares de Santa Catarina, que, para se posicionar a favor da ação da

confederação, distribuiu uma carta aberta no estado com um conteúdo

preconceituoso e discriminatório em relação ao deficiente.

Como legisladora, reconheço que a LBI tem o mérito de procurar

adaptar a legislação brasileira ao que prevê a Convenção Internacional so-

bre os Direitos das Pessoas com Deficiência - diretrizes que o Brasil segue

desde 2009. Todavia, antes de mais nada é preciso preparar a sociedade,

em especial as pessoas que detêm o poder e a informação.

Somos preparados para enfrentar a vida de uma forma geral. O es-

pecífico e o diferente acabam por ser deixados de lado. Trata-se de um

aprendizado que deve começar nas escolas, e seus reflexos devem im-

pactar positivamente junto aos profissionais que estão no dia a dia da

pessoa com deficiência. Nesse aspecto, ainda teremos muito que avançar.

Evidente que as legislações devem existir, até porque são elas que vão

garantir o direito. No entanto, temos que deixar de ser um país onde o

diferente (não só a pessoa com deficiência) seja sinônimo de exclusão.