Background Image
Previous Page  8 / 286 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 8 / 286 Next Page
Page Background

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 18, n. 68, p. 7-8, mar - mai. 2015

8

Vejo com muita alegria que nossa Revista atinge esse objetivo, por-

que leva o leitor a repensar suas próprias convicções.

Infeliz daquele que não o faz, que não se reavalia, porque se torna

obsoleto e dispensável.

A função principal de nós juízes há muito que ultrapassou as odio-

sas e repuxadas rédeas do positivismo, atualmente adentrando o campo

do conhecimento multidisciplinar e generalizado, para o que o profissio-

nal há de estar preparado, ciente do compromisso de seu atuar, tanto

político como social.

O magistrado deve conhecer melhor o mundo e a realidade que o

cerca, as posições controvertidas do debate e, acima de tudo, deve man-

ter a imparcialidade sem a presunção de que possa exercer sua neutrali-

dade para com o conflito que lhe submete o processo.

A Revista, a primeira da EMERJ sob minha direção, ouso dizer, tem a

exata dimensão da representação da administração que buscarei imprimir

neste biênio (2015/2016), voltada para a formação do magistrado respon-

sável pelo exercício de uma justiça equilibrada e social, livre o máximo

possível de preconceitos, que clama pela igualdade racial e de gênero,

com a proteção das minorias, sem medo ou covardia, demonstrando o

juiz seu compromisso com a democracia e a preservação da dignidade do

seu semelhante.

Para tal desiderato, com certeza que as publicações selecionadas

servirão de estímulo e de norte.

Não tenho a pretensão de a todos convencer, mas se a um único juiz

ou juíza puder transmitir um pouco da sabedoria e da simplicidade, além

de estimular a certeza do desconhecimento prévio de que é detentor de

uma verdade absoluta, então meu período nesta Escola será justificado.

Nossos textos não devem ter, neste caminho, a pretensão de dizer o

que é a verdade, mas sim a de auxiliar o intérprete nessa incessante busca do

seu próprio conhecimento, que não se esgota no tempo e no espaço, porque

do contrário, convenhamos, o Direito seria extremamente enfadonho.

Desejo boa leitura a todos, na esperança de que vos traga muitas e

muitas dúvidas e perplexidades!

Desembargador Caetano Ernesto da Fonseca Costa

Diretor-Geral da EMERJ