

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 409 - 410, jan - fev. 2015
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Paulo, e, no Rio de Janeiro, além dos despejos massivos, sem ou com cum-
plicidade do Poder Judiciário, é de notar a perda ou extinção dos únicos
órgãos institucionais comprometidos com os princípios da Constituição
relativos aos Direitos Humanos, em desumana sequência que bem signi-
fica a consagração do
apartheid
e o estímulo à insegurança desta nossa
gente historicamente excluída. Primeiro, o afastamento de Célia Ravera do
Instituto de Terras, depois a extinção do Núcleo de Terras da Defensoria
Pública, e, agora, o risco do afastamento do deputado Marcelo Freixo da
presidência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa,
e, enfim, a perda já efetivada de Leonardo Chaves da Subprocuradoria de
Direitos Humanos do Ministério Público do Rio de Janeiro. Por sua atuali-
dade, dá-se destaque ao afastamento de Leonardo Chaves da importante
Subprocuradoria de Direitos Humanos. Isso por tratar-se de órgão direta-
mente vinculado à administração do Governo de Estado.
Creia o Sr. Governador que o povo já não acha graça em festinhas
parisienses recheadas de requebros e improvisadas fantasias. Democracia
exige seriedade e comprometimento, esta gente sofrida não aguenta mais
despejos massificados, nem violência policial, e, organizada, há-de resistir
ao corte fascista das práticas oficiais.
Acabou, entendam os senhores do poder. Fascismo, mesmo entre
risos, com festas parisienses e insólitos disfarces, nunca mais.