

R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 142 - 163, jan - fev. 2015
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dernidade
e as limitações do discurso comunicativo, informado por um
critério material de Dussel: “
El aporte de Habermas, formalmente, es un
gran avance en la delimitación de la ‘razón político-discursiva’, y debe ser
subsumida en una filosofía política compleja. Sin embargo, al negar el ni-
vel material (de la reproduccíon política de la vida humana en comunida-
de, de las pulsiones – como la de solidaridad, que en Habermas quebra
reductivamente indicado en la ‘formación de la voluntad’-, de la ecología,
de la economía, etc), cae en un formalismo reductivista. La legitimidad se
establece para Habermas en un nivel puramente discursivo, formal. No
puede compreender que un sistema político ‘pierde legitimidade’ al no
reproducir aceptablemente la vida humana de los ciudadanos. Hay que
articular el aspecto material al concepto de legitimidad, para enriquecer
la concepción puramente forma o procedimental. En los países poscolo-
niales, periféricos, pobres, la reproducción (económica) de la vida es una
dimensión política esencial de la legitimidad. Por ejemplo, en el presente,
al empobrecer a la población la política económica neoliberal deslegiti-
ma gobiernos que há cumplido formalmente con el Principio democrático,
pero que han descuidado materialmente el proceso legitimatorio
.”
7
Wittgenstein transformou a concepção objetificante da epistemo-
logia em face do reconhecimento do papel das valorações expressadas
pelos
usos
e
contextos
linguísticos. A contribuição de Wittgenstein
rom-
peu com o
solipsismo
metodológico, desvelando a dimensão
pragmática
como parte das relações sociais com efeitos no mundo da vida. Matou,
por assim dizer, o sujeito idealizado, universal,
cartesiano
,
kantiano
, nas-
cendo, desde então, o sujeito concreto que se inter-relaciona pela lingua-
gem, nas múltiplas realidades culturais. Wittgenstein, em suas ‘
Investiga-
ções Filosóficas’,
fixou a linguagem como o limite do mundo, indicando
a relevância da
pragmática
e o
uso
da linguagem, movimento reeditado
pelos
pragmáticos
. O sentido não se restringe ao
uso
singelo de regras
sin-
táticas
e
semânticas
, mas aos
usos
sociais, compartilhados, da linguagem,
emitidos pelo
ser-aí
(Heidegger). A
linguagem
é vista como um
jogo
em
que se pode avançar jogando na medida em que se conhece suas próprias
regras
, mas também aceita a criatividade como mecanismo de adequa-
ção e crescimento, tendo como palco o seu
uso
. Com esse movimento se
constitui o
giro linguístico
, no qual a realidade não é representada.
7 DUSSEL, Enrique.
Hacia una Filosofia Política Crítica..
., p. 52-53.