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R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 4, p. 61-77, Setembro/Dezembro 2017

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adeptos. Também aqui encontramos respaldo doutrinário em CASTELLS

4

:

ninguém sabe quem é quem na Internet, a eficiência no

trabalho é sustentada em tecnologia que não depende da

experiência humana,

o crime e a violência, e até o terro-

rismo, usam a Internet como um medium privilegiado

,

e nós estamos rapidamente a perder a magia do toque hu-

mano. (Grifou-se)

As experiências atuais demonstram que, por exemplo, os terroristas

do Estado Islâmico valem-se das redes sociais para alcance de vários objeti-

vos relacionados a sua guerra contra os ditos infiéis do ocidente.

Se antes as pregações se davam em ambiente restrito e limitado, hoje,

por meio das redes sociais, podem ser acessadas por pessoas nos quatro

cantos do mundo. O mesmo pode ser dito das notícias relativas a suas con-

quistas de território e, perversamente, também para as notórias cerimônias

de degolação de presos, que foram vistas por todo o planeta.

Tudo isso reforça a tese correntemente aceita de que a intitulada Guer-

ra ao Terror não se dá apenas nas cidades, vilas e campos de treinamento de

terroristas, mas especialmente no ambiente virtual, no qual, ousamos dizer,

ela aparenta estar sendo perdida pelo Ocidente.

Para apresentar a questão e permitir uma análise mais embasada, co-

meçaremos por conceituar as redes sociais no capítulo I.

No capítulo II, buscaremos conceituar também o Terrorismo, valendo

destacar que trataremos ainda da Lei brasileira antiterrorismo recentemente

promulgada e já aplicada no âmbito da suposta ameaça de ataque terrorista

ocorrida às vésperas dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

No capítulo III, será apresentada a clara conexão entre redes sociais e

terrorismo, tendo por destaque a Guerra ao Terror e suas “batalhas virtuais”.

Passa-se ao exame da matéria.

1. CONCEITO DE REDE SOCIAL

As redes sociais são amplamente conhecidas por todos. De crianças a

adultos e mesmo os de mais idade lidam e interagem nas redes sociais.

De tal sorte, todos têm na ponta da língua o que vem a ser o conceito

de rede social.

4 CASTELLS,

op. cit.

, p. 19-20..