

u
TRANSCRIÇões
u
u
Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v. 22, p. 11-89, 1º sem. 2015
u
53
eu sou formada em História. Tem que ser histórico. Então, eu só referendo
o que a Desembargadora Ana falou porque eu que essa é a visão. Eu não
vejo isso como demandismo. Eu acho que as pessoas vão lá mesmo, imbu-
ídas das suas necessidades, assim, menores, mais intrínsecas, mais básicas
de um indivíduo enquanto ser humano. Se ele vai discutir o plano de saúde
ou não vai, é direito dele. O
stent,
isso já está declarado em todo lugar de
que tem que ser entregue. Aí o plano de saúde não dá, o culpado é o infeliz
que vai lá pedir? Então, eu não sei, eu tenho essa visão e não estou dizendo
que seja a visão certa, não.
E, quero parabenizar o Presidente da OAB porque se disse que nós
somos “lixão” eu vou pedir a ele que defenda o auxílio de insalubridade.
Nós teremos direito a isso pela via da OAB, ele vai defender a nossa causa.
Então, parabenizando doutores, eu acho que isso que Dra. Ana falou
é importantíssimo, que os senhores que são muito jovens, eu, também,
participo, como a Dra. Ana (mas eu, também sou jovem, disse a Des. Ana
Maria), nós, também, participamos da Comissão de Concurso da Magis-
tratura e vemos que são rapazes muito jovens, moças muito jovens, que,
talvez, não tenham essa vivência de ter de pegar o metrô, de ter de pegar
o ônibus, de ter que sei lá o que, de ter falta, não é? Meu filho nunca andou
de ônibus e nunca pensou nisso, também, fez mestrado nos Estados Uni-
dos. Estados Unidos é outra realidade, quer dizer, tudo é outra realidade,
para nós. Mas, tem-se que botar o pé no chão, nem nossa sandália havaia-
na, botar o nosso chapéu lá do Nordeste e ver o que é a vida do nosso
povo, gente! Eu acho que isso é que nós temos que ter – o pé no chão e
ver a nossa realidade continental, analfabeta, com fome. Não existe esse
negócio de dizer que é antiguidade, idade média, idade moderna; não, são
civilizações, no mesmo momento histórico em diversos estágios de desen-
volvimento. Então, é isso. Tanto pode ter lá os Estados Unidos que ontem
inaugurou um monumento de 300 bilhões de dólares lá para mortos, en-
quanto aqui não se tem água para beber. Agora São Paulo vai ficar sem
água, vamos ver o que eles vão dizer lá. Muitíssimo obrigada e desculpa
aqui por essa fala que eu acho aqui que não interessa a ninguém.